Manifestantes mantêm protesto em frente ao TG de Prudente

PRUDENTE - Da Reportagem Local

Data 23/12/2022
Horário 10:54
Foto: O Imparcial
No local, há tendas para abrigar os manifestantes
No local, há tendas para abrigar os manifestantes

Um grupo de manifestantes ocupa a calçada em frente ao quartel do TG (Tiro de Guerra) em Presidente Prudente há mais de 50 dias, desde as últimas eleições. O cenário de aglomeração frente a quartéis do Exército se repete em diversas localidades. A reportagem de O Imparcial foi até o local na Rua José Bongiovani, na manhã da terça-feira, 20 de dezembro, para averiguar quais são as principais reivindicações e como se dá a organização do grupo. Naquela ocasião, cerca de 20 pessoas estavam por lá. Foi armada uma cozinha improvisada e tendas para que os manifestantes possam protestar contra o resultado das eleições presidenciais, com o hino nacional sendo entoado três vezes ao dia entre sessões de orações. Além disso, diversas faixas expressam a revolta do grupo pelo acontecido: “Resistência Civil: o povo clama por socorro”, ressalta uma delas; “SOS Forças Armadas”, estampa o pedido; “O povo exige intervenção constitucional: presidente Bolsonaro no poder!”, aponta a frase em outro cartaz. Várias bandeiras do Brasil também compõem o cenário. 
Indicado como porta-voz pelo grupo que há quase três meses ocupa a calçada em frente ao Tiro de Guerra em Presidente Prudente, o arquiteto Diwalcir Pantaroto, 63 anos, relata que a estrutura é mantida a partir de doações de segmentos da sociedade civil que congregam com a ideologia do protesto. “Tudo isso é alugado, alguns [itens] são dos próprios patriotas aqui. Mas, tudo é voluntário. Inclusive as doações são voluntárias. Doações de empresas do agronegócio, do comércio, dos profissionais liberais, de aposentados, de todos os setores da sociedade”, pontua o arquiteto. 
“A principal reivindicação é que nós não aceitamos o golpe [sic] das urnas, porque o presidente Bolsonaro foi eleito no primeiro e no segundo turno como foi comprovado aí já pelos técnicos”, enfatiza Diwalcir Pantaroto sobre o objetivo da manifestação. 
O aposentado José Leão de Sousa, 68 anos, frequenta o local de domingo a domingo desde o início da aglomeração dos apoiadores de Jair Bolsonaro, após o resultado eleitoral. Questionado sobre o motivo de estar lá há todo este tempo, o aposentado conta: “Não concordo que o ladrão suba a rampa. Estou aqui há 51 dias lutando por um Brasil livre do comunismo!”, enfatiza José, que deseja, assim como em 1964, que as Forças Armadas intervenham no poder do país. “Mesma coisa, entendeu? Esse é o nosso objetivo”, completa o aposentado. 
Na perspectiva do economista aposentado Cláudio Picholari, 76 anos, é uma infelicidade a não participação de jovens neste movimento que pede a intervenção militar, revogação das eleições presidenciais e fim do comunismo. “Nós queremos a pátria livre igual fala no hino. Queremos liberdade de expressão, de poder ir e vir. O ‘cara’ não pode sair de casa e o Xandão [Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal] lá fica prendendo todo mundo sem ter poder para isso”, expressa Cláudio. “Na verdade, se o Exército não entrar e isso daqui virar comunismo nós estamos perdidos”, completa o economista, fazendo referência ao contexto político de países da América do Sul, como Argentina, Chile e Venezuela.

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