Manutenção do emprego

OPINIÃO - Walter Roque Gonçalves

Data 11/07/2020
Horário 04:28

A Lei nº 14.020/2020 de 6 de julho deste ano permite a redução da jornada de trabalho dos funcionários em até 70% por 90 dias. Importante reforçar o ponto em que os cálculos para o reembolso do trabalhador levam em consideração o que o colaborador teria direito se fosse dispensado e recebesse o seguro-desemprego. Estes cálculos podem reduzir o salário que este ganhava antes da pandemia. Para que os colaboradores não sejam pegos de surpresa, é importante fazer estes cálculos antes de formalizar a redução da jornada, para que não haja mal entendidos.
Por exemplo, o seguro-desemprego de vendedores que ganham bruto R$ 1.450 ou R$ 1.316,33 líquido é de R$ 1.160. Levando em consideração a redução de jornada de 70% e que o governo paga proporcionalmente sobre o seguro-desemprego, temos R$ 812. Consequentemente, a empresa arca com 30% sobre o salário de R$ 1.450 e não do saldo do seguro-desemprego de R$ 1.160, o valor final aproximado é de R$ 400. No final das contas, temos R$ 812 pago pelo governo e R$ 400 pela empresa, totalizando R$ 1.212. Ou seja, o valor é menor do que o mínimo recebido antes da pandemia pelo funcionário. Mal entendidos como estes podem ferir a credibilidade da empresa com a equipe.

A transparência é o combustível para relações confiáveis e duradouras nas empresas

É preciso lembrar que o limite pago pelo governo no seguro-desemprego é de R$ 1.813,03, então funcionários que ganham, por exemplo, R$ 3.200 e trabalham com redução de 70% da carga horária, receberá proporcionalmente ao valor de R$ 1.813,03, ou seja, R$ 1.269,12 + R$ 960 (30% de R$ 3.200). No final, temos R$ 960 (empresa) + R$1.269,12, portanto R$ 2.229,12. Estas diferenças na base dos cálculos precisam ser identificadas antes para que os funcionários não sejam pegos de surpresa. 
A transparência é o combustível para relações confiáveis e duradouras nas empresas! Para que não haja mal entendidos pelo caminho, é importante esclarecer estes cálculos para os funcionários antes de formalizarem as ações. A manutenção do emprego precisa deste dinheiro injetado pelo governo, mas, sobretudo, é preciso motivação, trabalho em equipe e confiança na relação entre empresa e funcionários. São estes elementos que a tornarão cada vez mais forte e próspera.

 



 

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