Mapa da Ciência de SP aponta "carência” de publicações

Aciesp avalia que o oeste paulista tem vocações para as ciências sociais e agrárias, no entanto, “não tem força no contexto geral"; levantamento foi lançado nesta semana

PRUDENTE - MELLINA DOMINATO

Data 10/02/2017
Horário 09:49


O Mapa da Ciência de São Paulo, lançado nesta semana pela Aciesp (Academia de Ciências do Estado de São Paulo), aponta o número de pesquisadores, a produção de artigos e o impacto dessas publicações na mesorregião de Presidente Prudente, entre os anos de 2002 e 2011. Em sua avaliação, o presidente da entidade, Marcos Silveira Buckeridge, um dos responsáveis pelo mapeamento das atividades científicas no território paulista, comenta que o oeste paulista tem vocações para as ciências sociais e agrárias, no entanto, "não tem força no contexto geral".

Jornal O Imparcial Marcos diz que região tem que repensar publicações e qualidade

No que diz respeito às ciências agrárias, o levantamento aponta que a região conta com 108 pesquisadores da área, o que representa 2,12% em relação ao Estado. Nas ciências sociais aplicadas são 83 profissionais, ou seja, 1,66% do total do território paulista. "Seria interessante que a mesorregião repensasse no que está ocorrendo e tentasse aumentar as publicações bem como a qualidade destas. É preciso mais esforço", destaca o presidente da entidade.

Segundo Marcos, o objetivo do levantamento é criar um banco de dados que indique as áreas de concentração de diferentes expertises e como esse tipo de conhecimento vem se desenvolvendo. "Agora, com tais dados, o estudo vai atrás de problemas que tenham sido resolvidos, para avaliar a qualidade destas publicações. Pode ser que a região tenha poucas publicações, mas que estas tenham solucionado uma questão maior, que abranja um número elevado de pessoas", explica. "O que vimos até agora é um pouco da qualidade, mas sem o impacto final, o que pretendemos estudar daqui para frente", relata.

A intenção é que o estudo possa basear empresários que buscam informações para se instalar em determinadas regiões. Além de ser um instrumento para desenvolvimento de empresas inovadoras, Marcos pontua que o levantamento também é um material fundamental para políticas públicas. Frisa que o fato de o mapeamento ser baseado nos grupos de pesquisa do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) permite um panorama mais amplo dos pesquisadores e das pesquisas realizadas em São Paulo. "Ao todo, foram mapeados 7,5 mil grupos de pesquisa nesse período. Este documento é uma análise da evolução da produção científica por todo o Estado na primeira década do século 21", diz.

Marcos esclarece que o estudo é focado na densidade de pesquisadores por mesorregião – divisão criada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), para fins estatísticos, que congrega municípios com similaridades econômicas e sociais de uma área geográfica – distribuídos nas oito grandes áreas científicas (saúde, humanas, exatas e da terra, biológicas, sociais aplicadas, engenharias, agrárias e linguísticas, letras e artes). Para cada área de conhecimento, foram feitos minigráficos com o número de pesquisadores, o percentual deles em relação a todo o Estado e o número desses cientistas que possuem índice "h" entre 1 e 2, 3 e 5 e maior ou igual a seis – ou seja, o impacto de suas produções em dois períodos, entre 2009 e 2011 e durante toda a década analisada.

 

Dados


No quesito densidade de pesquisadores por mesorregião, Presidente Prudente figura no estudo com 108 pesquisadores de ciências agrárias: 2,12% relativo ao Estado. Ciência biológicas são 87 pesquisadores (0,88%). Na sequência aparecem as ciências exatas e da terra, com 142 profissionais (1,70%). Ciências humanas vêm com 186 pesquisadores (2,48%), ciências da saúde, 117 (0,83%), ciências sociais aplicadas, 83 (1,66%), engenharias com 39 (0,70%) e, por fim, linguística, letras e artes, com 18 pesquisadores (0,97%).

Quanto à evolução da produção científica por mesorregião, o oeste paulista aparece com 524 artigos, 3.843 citações e 7,33 citações por artigo em ciências agrárias. Ciências biológicas vêm com 478 artigos, 4.759 citações e 9,96 citações por artigo. Ciências exatas e da terra figuram com 696 artigos, 4.460 citações e 6,41 citações por artigo. Ciências humanas: 300 artigos, 909 citações e 3,03 citações por artigo. Em seguida está ciências da saúde, com 386 artigos, 2.523 citações e 6,54 citações por artigo. Ciências sociais aplicadas demonstram 121 artigos, 336 citações e 2,78 citações por artigo. Engenharias trazem 246 artigos, 2.326 citações e 9,46 citações por artigo. Para finalizar, linguística, letras e artes somam 15 artigos, sem qualquer citação.

 
Publicidade

Veja também