Matrículas em EAD crescem 13,3% na região

De acordo com coordenadora geral de Nead, preço acessível e flexibilidade de horário e tempo são vantagens da modalidade

REGIÃO - André Esteves

Data 16/06/2017
Horário 12:17

Na rede privada da RA (Região Administrativa) de Presidente Prudente, o número de matrículas na modalidade EAD (ensino a distância) cresceu 13,3% em 2015. Conforme balanço mais recente do Semesp (Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior do Estado de São Paulo), foram 6.564 inscrições recebidas no referido ano contra 5.791 registradas em 2014.

Uma pesquisa realizada pela Educa Insights aponta que esta modalidade de ensino tende a crescer nos próximos anos, sendo que a expectativa é que, em 2018, 43% dos alunos do país já estejam matriculados em cursos a distância. O quadro otimista também é ressaltado pelo presidente do Semesp, Rodrigo Capelato, que explica que o EAD atinge principalmente o público entre 25 e 44 anos, faixa etária que abrange 20 milhões de brasileiros sem ingresso no ensino superior.

O representante enfatiza, no entanto, a necessidade de criação de novos modelos e players para a modalidade, algo que já está sendo pensado pelo MEC (Ministério da Educação). Segundo Rodrigo, a pasta federal deve lançar em breve um novo decreto para a legislação do EAD que deve favorecer o cenário, considerando que os índices de evasão no setor privado de ensino chegam a 34%.

Para a coordenadora geral do Nead (Núcleo de Educação a Distância) da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), Sonia Sanae Sato, o interesse pelo EAD tem crescido nos últimos anos, impulsionado principalmente pela crise econômica do país e pelo corte do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil). “Ou seja, a queda da renda das famílias brasileiras e os cortes no financiamento estudantil, ofertado somente na graduação presencial, resultaram no aumento da procura pelos cursos a distância, que são mais baratos comparados aos presenciais e que possuem a mesma qualidade de ensino”, expõe.

Sonia acredita que a impopularidade do EAD entre jovens de 18 a 24 anos é atribuída ao fato deste público estar em um período da vida em que valoriza o contato com as outras pessoas e, por isso, prefere ir presencialmente ao campus universitário a fim de estabelecer relações sociais. Enquanto isso, os jovens dessa faixa etária que seguem direto para o mercado de trabalho normalmente decidem fazer um curso superior perto dos 30 anos, quando normalmente já constituíram famílias e necessitam de flexibilidade de horário e tempo e de preço acessível, “vantagens que só o ensino a distância pode oferecer”.

 

Tecnológicos

Em relação à graduação tecnológica, o levantamento do Semesp mostra que, em Prudente, houve um crescimento nas matrículas de 1.543 em 2014 para 1.706 em 2015. Para Capelato, embora a região tenha sido marcada por aumento, essa modalidade ainda carece de valorização pelo mercado e pelo governo, uma vez que existe o argumento de que “quem escolhe a graduação tecnológica não pode prestar concurso público”. Sonia, do Nead da Unoeste, salienta que tal modalidade é curso de nível superior, portanto, um tecnólogo pode disputar vagas de concursos públicos, desde que previsto no edital.

A coordenadora geral do núcleo acrescenta ainda que a graduação tecnológica é uma grande oportunidade àqueles que já estão no mercado de trabalho e que buscam, nesse tipo de curso, uma nova recolocação, a possibilidade de ascensão profissional ou aumento salarial de forma mais rápida. “Além do tempo de duração mais curto, em média de dois a três anos, são cursos focados nas questões práticas do mercado de trabalho, possibilitando elevado nível de empregabilidade, e a formação de profissionais em áreas que os bacharelados não contemplam”, pontua.

 

NÚMEROS

6.564 matrículas em cursos EAD da rede privada em 2015

5.791 inscrições nesta modalidade foram registradas em 2014

1.706 matrículas para graduação tecnológica em 2015

1.543 inscrições para cursos tecnológicos em 2014

Gabriela Oliveira/AI da Unoeste

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