Medalhas de velocista reforçam a necessidade de investimentos no esporte

EDITORIAL -

Data 19/07/2017
Horário 11:58

Giovana Rosália dos Santos. Esse é o nome da grata surpresa do atletismo prudentino que despontou recentemente pelas pistas brasileiras e mundiais. Nascida em Assis, no dia 8 de agosto de 2000, a atleta está prestes a completar 17 anos em meio a melhor fase de sua carreira. Na última semana, a velocista representou o país no Campeonato Mundial Sub-18 de Atletismo, que terminou no domingo, em Nairóbi, no Quênia. Na ocasião, ela obteve as duas únicas medalhas do Brasil na competição.

Giovana dos Santos ganhou o bronze na prova dos 400 metros, com a marca de 53s57, novo recorde brasileiro da categoria. A atleta desbancou a marca que pertencia a Amanda Fontes Dias, que era de 54s27, obtida no dia 2 de setembro de 2000, ou seja, dias depois do nascimento da velocista de Presidente Prudente. Para completar sua participação, Giovana dos Santos correu pela equipe brasileira do revezamento misto 4x400 metros e conquistou a medalha de ouro, com o tempo de 53s57, ao lado de Bruno Benedito da Silva, Jéssica Vitória Moreira e Alison Brendom dos Santos.

Giovana dos Santos treina em Prudente há três anos, na pista de atletismo da FCT/Unesp (Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista), com o técnico Inaldo Sena. Desde então, a atleta passou pelas provas dos 100 e 200 m, até se encontrar nos 400 m, em 2015. Depois de uma experiência traumática no ano passado, em que ela rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direito, passou por cirurgia e ficou meses sem treinar, a velocista deu a volta por cima e mostrou que está em sua melhor forma, no Mundial do Quênia.

Mas não foi apenas isso que Giovana dos Santos mostrou. Com seu desempenho em solo africano, a velocista demonstrou e enfatizou a capacidade que Prudente, outrora chamada de “Celeiro do Atletismo”, tem de formar e lançar atletas para o Brasil. Desde a prata no revezamento 4x100 m nos Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000, com o quarteto formado por Claudinei Quirino da Silva, Edson Luciano, André Domingos e Vicente Lenílson, a cidade revelou muitos atletas, mas vinha perdendo espaço nos últimos anos, sobretudo por conta da escassez de investimentos. Prudente forma, mas logo eles se vão, em busca de melhores condições para treinamentos, bem como de maior reconhecimento.

O feito da velocista nos orgulha, mas não pode parar por ai. Uma foto em um gabinete qualquer com as medalhas não vai adiantar, se não vier acompanhada de apoio, investimentos e condições estruturais, para que os resultados se repitam. Prudente tem saudade de ser chamada de “Celeiro do Atletismo” e, talvez, essa seja uma boa hora para que a cidade reassuma esse posto.

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