Médico aprova proibição do CFM sobre prescrição de anabolizantes para fins estéticos e esportivos

Rodrigo Bastos pontua que decisão do Conselho Federal de Medicina foi correta e faz alerta sobre perigo do uso de agentes anabólicos para o organismo

PRUDENTE - CAIO GERVAZONI

Data 15/04/2023
Horário 11:06
Foto: Freepik
CFM decidiu proibir prescrição médica de anabolizantes por entender que não existe comprovação científica que garanta segurança ao paciente
CFM decidiu proibir prescrição médica de anabolizantes por entender que não existe comprovação científica que garanta segurança ao paciente

O médico endocrinologista Rodrigo Bastos, de Presidente Prudente, aprova a proibição do CFM (Conselho Federal de Medicina) para prescrição médica de anabolizantes para fins estéticos e ganho de massa muscular. Em regulamentação divulgada nesta terça-feira, o conselho entende que não existe comprovação científica que garanta segurança ao paciente. 

Para o especialista, a classe médica precisava, há algum tempo, de um posicionamento oficial da instituição que fiscaliza e regula a prática da medicina no Brasil proibindo o uso de hormônios para fins estéticos e esportivos. “Os pacientes ficavam com dúvidas já que alguns profissionais diziam que desde que o uso fosse feito com acompanhamento médico era seguro, o que não é verdade”, pontua Bastos.

No entanto, o especialista crê que, na prática, não haverá riscos para o profissional que prescrever anabolizantes a seus pacientes. “Não sei informar o teor legal desta informação. Porém, creio que para o médico que prescreve [anabolizantes] vai continuar acontecendo nada. Até porque para que isso seja apurado ou levado adiante precisaria ocorrer uma denúncia, que não pode ser anônima. Acho que é uma coisa um pouco difícil”, relata o médico. Segundo ele, algumas sociedades médicas atuam no sentido de serem comunicadas quando há alguma suspeita de má conduta e entram com um pedido de investigação no CFM para não expor o profissional.  

O médico alerta que o uso de anabolizantes provoca aumento da pressão arterial, do colesterol ruim, do risco de infarto do miocárdio, derrame cerebral, morte súbita, entre outros problemas graves de saúde. O Conselho complementa que dentre os inúmeros efeitos adversos possíveis estão os aterosclerose, estado de hipercoagulabilidade, aumento da trombogênese e vasoespasmo, doenças hepáticas como hepatite medicamentosa, insuficiência hepática aguda e carcinoma hepatocelular, transtornos mentais e de comportamento, incluindo depressão e dependência, além de distúrbios endócrinos como infertilidade, disfunção erétil e diminuição de libido.

Em nota, o CFM chama a atenção para os riscos potenciais do uso de doses inadequadas de hormônios e a possibilidade de efeitos colaterais danosos ainda que com o uso de doses terapêuticas, especialmente em casos de deficiência hormonal não diagnosticada apropriadamente, seguindo diretrizes e recomendações em vigor.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Publicidade

Veja também