Médicos de Teodoro Sampaio relatam “coações morais”

Profissionais do Hospital Regional do município afirmam que autoridades teriam “extrapolado os limites da legalidade” com tais comportamentos

REGIÃO - GABRIEL BUOSI

Data 12/06/2020
Horário 06:14
Freepik: Profissionais da saúde de Teodoro alegam “coações morais”
Freepik: Profissionais da saúde de Teodoro alegam “coações morais”

Um grupo de médicos do Hospital Regional de Teodoro Sampaio protocolou no CRM (Conselho Regional de Medicina) de Presidente Prudente uma representação em que alega sofrer “coações morais”, das mais variadas formas possíveis, por parte do prefeito Ailton César Herling (PSB), e da esposa dele, a primeira-dama Maria Aparecida de Carvalho Herling. “Diversos médicos relataram passar por essas situações. Comigo, por exemplo, disseram que tinham inúmeros motivos para não me quererem aqui”, aponta o diretor clínico da instituição, Fagner Dolci, que entregou na sexta-feira a carta de demissão à unidade.

A representação é assinada, ao todo, por seis profissionais. No documento, eles relatam que as coações “extrapolam os limites da legalidade” e exemplificam ao dizer que em uma reunião, a primeira-dama, acompanhada de integrantes da Comissão Interventora, teria instigado a mudança de horários da escala de plantões médicos do Hospital Regional. Além disso, em outra reunião, esta com o diretor clínico, a primeira-dama teria sugerido a mudança de horários que o profissional cumpre no Pronto Atendimento, para que houvesse a troca de turnos. “A perseguição começou depois que me recusei a trocar de horário, novamente, já que eles fazem isso sem aviso prévio, e apenas notificam com um dia de antecedência. Precisamos de tempo para nos organizar e eu comentei outros motivos que tinha”, afirma Fagner.

Na representação, os médicos apontam ainda para uma ocasião em que Maria Aparecida teria dito que caso o diretor clínico não concordasse com as alterações sugeridas, providenciaria “sua imediata demissão”. “Não vejo motivos para pegarem no meu pé. A situação é complicada, pois a primeira-dama não é da área da saúde ou funcionária do hospital, então fica difícil o diálogo”, aponta Fagner. O CRM já se posicionou para o grupo de médicos e disse que enquanto a mudança pretendida pela comissão não ocorrer, não pode se pronunciar sobre o caso.

 

O outro lado

A reportagem solicitou um posicionamento para o chefe do Executivo da cidade, e apresentou o documento com as reivindicações em relação a ele e sua esposa. Em nota, Ailton apenas menciona que foi instaurado um procedimento administrativo para apurar supostas irregularidades praticadas por médicos em uma das unidades de saúde do município e por eventuais irregularidades na prestação dos serviços médicos do Hospital regional.  

 

 

 

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