Mesmo com limitações, projeto revela talentos

Esportes - Jefferson Martins

Data 31/07/2015
Horário 10:53
 

Incluir jovens no esporte e formar novos atletas. Este é o objetivo do projeto Talento Olímpico, idealizado, em 2014 pelo ex-velocista Claudinei Quirino. No campo municipal, em Álvares Machado, a iniciativa conta com 30 atletas e destes, sete estão colhendo frutos do trabalho, já que na 59ª edição dos Jogos Regionais, em Osvaldo Cruz, disputando na Segunda Divisão, conquistaram 18 medalhas (14 de ouro e quatro de prata). No entanto, mesmo demonstrando potencial, o grupo passa por dificuldades na hora de realizar os treinamentos, que ocorrem três vezes por semana.

Professor da garotada, Elton Ribeiro de Queiroz conta que há tempos requer da prefeitura de Machado a adequação do espaço. "A pista precisa de manutenção. Os portões precisam ser fechados, pois sempre tem cachorros aqui dentro e eles correm atrás dos garotos, o que os coloca em risco. Além disso, entravam motos aqui, e eles colocaram uma madeira para obstruir, mas tudo no improviso", afirma.

Queiroz lembra ainda que a situação era ainda pior, mas que ao longo dos últimos meses conseguiu melhorar. "Eu chegava aqui tinha gente consumindo drogas, e conseguimos fazer com que eles saíssem, na conversa, na boa", diz.

Contatado, o coordenador de Esportes do município, Clayton Dutra, diz desconhecer alguns pontos, mas afirma que buscaria mais informações com o professor, para a resolução dos problemas. "A gente sabe que o ideal é a reforma geral da pista. Porém, já solicitamos a verba junto à Selj e estamos esperando. Mas vamos fazer um pedido para a  Secretaria de Obras, e vamos deixar tudo dentro da ordem. Acredito que faltou comunicação, mas vamos colocar no eixo", garante.

 

Talentos do futuro

Em relação ao desempenho dentro das pistas, Queiroz se mostra contente e vê evolução no grupo. "O que eles vêm fazendo está dentro do esperado. Estão iniciando o trabalho de alto rendimento e, para isso, colocamos alguns atletas mais velhos para que haja uma troca de experiência", afirma o professor. E se muitos jovens se inspiram em nomes do atletismo atual, Yohan Romão Ribeiro, 15, que conquistou o ouro nos 400 metros com barreiras, tem um incentivo dentro de casa. Ele é filho de Edson Luciano, medalhista de prata nos Jogos Olímpicos de Sidney, em 2000.

"Quero seguir a carreira de atleta. Conseguir chegar nas Olimpíadas e me destacar em grandes competições, igual a ele ", diz. No entanto, o garoto que subiu ao pódio pela primeira vez, em Osvaldo Cruz, sabe o que é necessário para atingir esses objetivos.  "É bem emocionante. Muito gostoso, mas tem um preço. Antes de chegar lá, eu tenho que me dedicar muito aqui, no dia a dia, para atingir uma meta mais alta e correr bem. Quero representar o Brasil e mostrar para todo mundo que eu tenho potencial", garante.

 

Na escola

Luan Jhonata Alves, 16, e Luana de Souza da Silva, 15, contam que começaram da mesma forma, graças a uma competição escolar e têm o mesmo espelho para seguir no atletismo. "Comecei na escola e a partir dali foi uma paixão que não tem tamanho", diz Luan. "Iniciei de 13 para 14 anos. Não tinha nada em mente e fui construindo um sonho. Fui me tornando fã, vendo vídeos na internet, de mulheres correndo os 100 e 200 m. E a cada dia, com mais determinação e garra, fui me destacando e evoluindo", lembra Luana.

Ser uma atleta de alto nível é o que faz Luana buscar a evolução todos os dias. "Meu grande ídolo é o Claudinei Quirino, que não é só um grande atleta dentro das pistas. E sim um grande ser humano, que serve de inspiração para todos que estão aqui, e eu sou muito grata a ele. Quero, um dia, competir um mundial, ser primeira no ranking brasileiro e principalmente ser uma atleta de alto nível", diz a garota.

 

Por acaso

Flávio Barbosa de Farias, que ajudou o revezamento 4x100 m a ficar com o ouro, lembra que iniciou no projeto, por acaso. "Eu fazia futebol aqui no campo e sempre tinha o atletismo Fiquei com vontade, fiz o teste e gostei. Ser primeiro do Brasil, ir para as Olímpiadas e ter uma carreira de sucesso. Regionais têm muitos atletas experientes, e eu fiquei muito feliz de ter me saído bem na minha prova", garante. Flávio foi ouro também nos salto em altura e prata no salto triplo. Luana Souza, Alex Valério, Ricardo Fernando Torres e Fernando Franqueira Manvez também foram medalhistas.

 
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