Enquanto fazia perguntas relevantes diante do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) 2025 do tipo “quanto falta?” ou “como pagar?”, decidi dar uma pausa para respirar. Fui até a internet buscar um dado qualquer e entre manchetes tristes e apavorantes, parei com esta pérola: "O mundo ganhou quase quatro novos bilionários por semana em 2024".
Quatro bilionários por semana! Sessenta e dois novos super-ricos ao longo do ano! Não, pera, vou piorar a conta: o mundo tem cerca de 8 bilhões de pessoas e desse total imenso apenas 2.769 pessoinhas podem ser chamadas de bilionárias. Imagine uma praia com 8 bilhões de grãos de areia. Daí separe 2.769 deles e coloque num cantinho. Sacou a dimensão?
Claro que continuei a leitura porque me interessei em saber como é que aqui no meu mundinho tento acertar uma dívida de merreca do meu carro ao mesmo tempo em que há uma galera atingindo cifras inimagináveis. Bem, a reportagem dá duas principais causas e são aquelas que a gente conhece bem: esse povo está bilionário ou por ter recebido herança (36%) ou então por monopólios ou conexões com “poderosos”. Em resumo, são pessoas que nasceram ricas e ficaram cada vez mais ricas, às vezes sem fazer absolutamente nada, ou vivem a realidade do “dinheiro puxa dinheiro”.
Voltei a atenção para meu IPVA e pensei comigo: “Tá vendo? Fica aí sofrendo com um carro que já viu dias melhores. Imagine quem tem que pagar impostos em níveis bilionários?”. Psicologia positiva que chama isso, né? Lembrei da minha mãe que outro dia viu uma casa imensa em um condomínio, com janelas imensas e vidros para toda parte e comentou: “Não queria uma casa dessa, não. Imagina ter que limpar todos estes vidros?” Minha mãe é muito sábia e ela não estava falando de janelas e vidros, entendeu?
Enfim, fechei minha conta. Não vai dar manchete, mas acho que pelo esforço que fiz aqui mereceria. Pagar conta no começo de ano é quase que um gesto de resistência.