A ASP (Aeroportos Paulistas), concessionária que assumiu a gestão do Aeroporto de Presidente Prudente, informou a O Imparcial que prevê iniciar ainda neste ano as obras de ampliação e modernização do terminal de passageiros.
Segundo a empresa, a iniciativa faz parte do planejamento de melhorias para os próximos quatro anos. O programa coloca a intervenção no terminal como item prioritário no sentido de “aprimorar a experiência dos clientes”.
Questionada sobre quais as ações para este primeiro semestre, a ASP elencou que o aeroporto receberá melhorias de iluminação no terminal de passageiros, no estacionamento de veículos e nas áreas internas de acesso terrestre.
Já no setor operacional, prevê a implantação de itens como nova iluminação do pátio, farol rotativo e indicador de direção do vento, além de recuperação e selagem do pavimento do pátio e requalificação do sistema de drenagem. A KF (casa de força), aparato fundamental para a autonomia das operações, também será recuperada neste período.
A empresa pontua que, até 2027, “ações fundamentais para a eficiência operacional do aeroporto também serão realizadas”. Dentre elas, a adequação da geometria da pista, a implantação de sistema visual indicador de rampa de aproximação nas cabeceiras, além de sinalização vertical. A implementação de RESA (em português, áreas de segurança de fim de pista) integra o programa e já foi concluída pela concessionária.
O presidente da UEPP (União das Entidades de Presidente Prudente e Região), Renato Michelis, afirma à reportagem que a iniciativa privada verifica “uma insatisfação dos usuários com as instalações atuais do aeroporto prudentino, ainda mais neste período de transição até a conclusão das obras necessárias de ampliação”.
Por esta razão, adianta que a entidade agendou uma reunião com a direção da concessionária para tratar deste tema e outros que envolvem “um melhor aproveitamento do potencial do aeroporto”. “Achamos que uma antecipação do cronograma de execução de obras prioritárias para o bem-estar dos passageiros e para acomodação das empresas aéreas se faz necessária e a UEPP está atenta ao assunto”, afirma.
O vice-presidente da Abav-SP/Aviesp (Associação Brasileira de Agências de Viagens de São Paulo), Marcos Lucas, vê na modernização anunciada a oportunidade de manter a aviação de Prudente em posição de destaque no Brasil. Isso porque, segundo ele, o aeroporto prudentino é um dos poucos do interior a receber voos diários das três grandes companhias aéreas nacionais, especialmente ligando a região aos dois maiores portões internacionais do Brasil, Viracopos e Guarulhos, em SP.
Para atingir esse fim, Marcos destaca serem necessários todos os esforços, principalmente por meio de melhorias na infraestrutura atual. “O terminal de passageiros precisa de ampliação e o atual estacionamento apresenta problemas como a falta de cobertura para os veículos que pagam as diárias de permanência”, avalia.
Conforme noticiado por este periódico, o aeroporto prudentino recebeu, nos dias 28 e 29 de dezembro do ano passado, fiscalização pela Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo). De acordo com a agência reguladora, foram contemplados procedimentos de segurança das operações, estruturas e equipamentos disponíveis nos pátios e pista, além de infraestrutura dedicada ao uso dos clientes, como saguão, sanitários e salas de embarque e desembarque. Nenhuma irregularidade foi encontrada.
A ASP, composta pela Socicam e pela Dix Empreendimentos, venceu o certame, em julho de 2021, com ágio de 11,14% sobre a outorga mínima, com a oferta de R$ 7,6 milhões pela concessão do Bloco Noroeste, o qual inclui os aeroportos da região de Presidente Prudente. A gestão teve início em abril de 2022.
Os investimentos totais previstos por meio do contrato de concessão são de R$ 68,1 milhões, distribuídos entre os aeródromos de Prudente (R$ 56,5 milhões), Dracena (R$ 7,2 milhões) e Presidente Epitácio (R$ 4,4 milhões).
O Bloco Noroeste, que é administrado pela ASP, inclui também os aeroportos comerciais de São José do Rio Preto, Araçatuba e Barretos, bem como dos aeródromos de Assis, Votuporanga, Penápolis, Tupã e Andradina.
A nova concessionária assumiu a prestação dos serviços públicos de exploração, manutenção e ampliação da infraestrutura aeroportuária estadual, que era de responsabilidade do Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo), órgão ligado à Secretaria de Logística e Transportes.