Momento da compra do material escolar deve ser prazeroso

VARIEDADES - OSLAINE SILVA

Data 19/01/2017
Horário 09:31
 


Muitos pais já compraram o material escolar. Outros, ainda estão nesta difícil tarefa. Uma dúvida pode ser frequente: leva ou não o filho (a), no momento da compra do material escolar? Para ajudar com este assunto, a psicóloga Ieda Benedetti explica como este momento pode ser prazeroso e importantíssimo para a educação, sociabilidade e bem estar das crianças. E também dá dicas para essa ocasião.

Jornal O Imparcial Depende da personalidade dos filhos levá-los às compras ou não

 

Os filhos podem ou não participar da hora de comprar o seu material escolar?

Depende das características de personalidade dos filhos. Se eles são participativos, tem bom diálogo com os pais, este momento pode ser de integração e diálogo com os mesmos. Além de ser uma oportunidade de educação com orientação de preços, equilíbrio nas contas, a importância do ser e não do ter. Contudo, se não existe essa condição, se as crianças são impulsivas, birrentas, com problemas emocionais, não devem participar da hora da compra do material. Momento de compra de material escolar deve ser prazeroso.

 

Como os pais devem agir com os pequenos nesse momento?

Sempre orientando. Fazer deste um momento de troca de informações. Devem discutir se vão participar ou não e por que. Explicar como estão as condições financeiras, para que estas compras sirvam como momento educativo e de incentivo, porque se a compra vem muito distante da expectativa da criança e se ela não compreende essa diferença e vê o material com desapontamento isso pode ser um passo para que ela se sinta frustrada no processo educativo.

 

Na maioria das vezes as crianças já sabem o que querem. Produtos com personagens que estão na moda. Até que ponto os pais podem dizer sim nesses casos?

Devem dizer sim na medida em que tenham condições de bancar esse sim. A impulsividade da criança começa exatamente na dificuldade dos pais dizerem sim ou não a seus filhos. Se podem comprar um material bacana que a criança se sinta incentivada, motivada a estudar, ótimo. Não há problemas. Contudo, se isso passa a ser o único incentivo para a educação está faltando diálogo, motivação para que ela goste de ler, estudar. Se o consumismo passa a contaminar a educação, é hora de dizer não. Hora de dar mais exemplos a criança do quanto ler é bom e estudar é interessante, para que ela entenda que o material é apenas um meio para que essa educação se viabilize e não um fim.

 

Caso os pais percebam irregularidades na "lista" da escola, como devem proceder? Muitas vezes exigências desnecessárias, como de determinadas marcas, por exemplo, são feitas.

Se a lista for desnecessária os pais devem repensar a escola do seu filho. Pois, uma boa escola conhece o seu papel, a sua função e limites e não faria pedidos abusivos e inúteis. Se ela começa a distorcer sua lista já diz algo em como vai lidar com a educação. Se os pedidos são muito discrepantes repense se ali é um bom lugar para seu filho estudar. Converse, dialogue com a escola. E em última instância, não compre. Mande apenas aquilo que você considerar justo e necessário.

 

Trabalhar com material em conjunto ajuda no desenvolvimento da criança? Como?

O trabalho coletivo deveria ser uma atividade que ajudasse no desenvolvimento da criança e em sua sociabilidade. Este deveria ser o papel e o material coletivo seria um bom gancho para que se trabalhasse as questões sociais. Isso seria o objetivo, em tese. Contudo, o que a gente verifica é que muitas vezes, os professores, educadores, pessoas que estão à frente destas atividades, não estão preparadas para esse trabalho . O que acaba favorecendo o bulling, a comparação entre as crianças, a dificuldade de socialização... Os trabalhos coletivos deveriam ser úteis, mas essa falta de preparação profissional, em alguns casos, o que temos é o surgimento de muitos traumas e problemas. A compra de material é um bom momento de refletir isso também. Se o seu filho está trabalhando em equipe procure saber se ele tem dificuldades ou está se saindo bem nisso. Se estiver tendo problemas pergunte-se se é a escola que não está conduzindo bem ou se seu filho é quem está tendo problema de relacionamento. No primeiro caso, dialogue com o professor, com o orientador. No segundo, um profissional que possa ajudar. Ou seja, um terapeuta.

 

DICAS


 

1 – fazer um bom planejamento com base no próprio orçamento

2 – com antecedência fazer uma boa cotação, em três estabelecimentos diferentes e também pela internet

3 – verificar aquilo que se pode comprar pela internet e o que é necessário ser presencialmente

4 - verificar se os sites cotados são confiáveis

5 – privilegiar um ou dois itens que possam ser de incentivo, que a criança vá gostar, que vá atender os anseios dela; economizar nos demais, que sejam práticos

6 – dialogar com seus filhos sobre cada item da compra para que eles entendam

7 – verificar se o material a ser comprado favorece a educação ou se rouba a atenção das crianças

8 – faça dessa compra um momento educativo para se dialogar com seu filho e não de disputa

9 – é importante lembrar que o momento é de educar e não de medir forças

10 – Compre coisas para você também que podem ajudar o seu filho a gostar de estudar, como um livro para ler ou pintar, etc.

 
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