Momento olímpico, qual o legado que fica?

OPINIÃO - Marcos Alves Borba

Data 11/08/2021
Horário 05:00

O início foi um grande sonho, onde as primeiras passadas de uma corrida foram dadas numa escola pública de Brasília, no Distrito Federal. Me lembro perfeitamente como se fosse ontem. Ali, foi o começo de que o esporte poderia mudar minha vida. Entre estudos e treinos, numa dedicação constante e diária de que precisava almejar se quisesse ser alguém. Buscava e sentia, pois o esporte poderia me direcionar melhor naquilo que entendia como mudança e crescimento. E como isso ainda me move, me motiva e me estimula acreditar o quanto que o esporte de alguma maneira consegue impulsionar nossas emoções. Insistentemente eu buscava o discernimento, tentando por onde poderia chegar, sem desistir, mas sabendo até onde...
Se quisermos um resultado positivo, de um futuro melhor às nossas crianças e jovens, para que sejam estimulados a fazer do esporte um meio de se chegar a algum lugar, é preciso trabalhar com muito afinco a base, estruturar melhor nossas escolas, capacitar e estimular nossos professores e educadores, criar ações de incentivo dentro de políticas públicas que agreguem possibilidades de projetos saírem do papel, podendo assim ser metade do caminho percorrido. 
Num país com mais de 200 milhões de pessoas, ficamos imaginando como não termos mais adeptos que sejam estimulados em modalidades diversas. Podemos até ter e existem, mas vivem de maneira oculta sem o incentivo que necessitam para chegar a alguma ação que as motive a dar continuidade. Já há algum tempo, e principalmente nesse grande desafio mundial de pandemia, que estamos lidando com crianças inativas, obesas, indispostas, se sentindo incapazes de tentar algo que as estimulem a ter alegria, em querer fazer ou praticar alguma atividade física. 
Somos de um tempo em que ouvíamos e víamos os incentivos de uma frase de praxe: “esportes para todos”, sendo que por um período foi ficando desgastado por não termos pessoas com capacidade de força maior a mudar essa estratégia e colocá-la verdadeiramente em prática.
Seja possível que nesse grande momento, em que pudemos sentir nossas emoções durante os Jogos Olímpicos, muita gente se convenceu e até vem tentando fazer algum esporte, por se sentir motivado e estimulado pelos nossos atletas na cidade de Tóquio. Ficamos até apreensivos, pois entendemos que isso seja realmente até passageiro, e que não podia. Mas começar por onde?
Já está na hora de incluir em nossas escolas a premissa dos movimentos esportivos, e que de alguma maneira possa sensibilizar e cativar grande parte de nossas crianças, evidente, sempre com apoio de todos, sendo eles os pais, escolas, nossos governantes. E que entendam de uma vez por todas, que a educação física poderá ser um meio, e o esporte, se de maneira precisa, independente do resultado, estamos formando cidadãos. Sejam eles vencedores ou não, por algum motivo esse meio precisa ter sentido de sua existência, e assim criarmos uma cultura de que se movimentando melhor todos ganham com isso, e assim sendo, saúde em primeiro lugar, os resultados por si só acontecem. Momento olímpico! Somos, verde e amarelo, somos o Brasil.
 

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