Moradores de Marcondes criticam situação da cidade

Além disso, permanece o problema no prolongamento da Avenida Bartolomeu José dos Passos, que dá acesso ao centro de Alfredo Marcondes, que está interditado.

REGIÃO - Aline Martins

Data 24/09/2013
Horário 09:27
 

Após acionada, a reportagem de O Imparcial esteve em Alfredo Marcondes para verificar, in loco, reclamações de prédios abandonados, ponte interditada, falta de remédios. Foi visto arquibancada do Ginásio Municipal de Esportes quebrada; piscina pública desativada e com piso quebrado; horta municipal esquecida; e velório municipal fechado.

Jornal O Imparcial Casa de Geraldo dos Santos fica no Matadouro Municipal

Além disso, permanece o problema no prolongamento da Avenida Bartolomeu José dos Passos, que dá acesso ao centro de Alfredo Marcondes, que está interditado. Isto porque a ponte de alvenaria que tem aproximadamente 20 metros (m) de comprimento caiu após chuvas em dezembro do ano passado. Por causa da impossibilidade do trajeto, como publicado neste diário, os munícipes precisam dar uma volta de quase dois quilômetros (km), quando precisam ir a determinados locais, como, por exemplo, o cemitério. Outra situação encontrada pela reportagem é no cemitério da cidade, que está sem muros em uma parte que o cerca. Diante disso, folhas de zinco foram colocadas para minimizar o problema.

O prefeito Celso Pirani Passos (PP) respondeu aos questionamentos e afirma que é difícil administrar com a verba que tem e enfatiza que a Prefeitura está de portas abertas para atender a população.

 

Munícipes


De acordo com o morador Geraldo Lopes dos Santos, o Ticão, ele morou em uma casa de 1990 até 2012. Por atraso nas prestações, ele foi retirado do imóvel e alocado em um quarto, no Matadouro da cidade, um espaço sem energia, luz e banheiro. "Não consegui pagar e fui despejado. A casa que eu morava era minha. É uma situação triste. Sou doente e não consigo trabalhar muito", diz. O prefeito afirma que um estudo será feito para que Ticão retorne ao mercado de trabalho.

A dona de casa Lucimar de Castro conhece Ticão e, inclusive, o ajuda lavando sua roupa e cedendo seu chuveiro para que ele possa tomar banho. No entanto, outras situações a deixam preocupada. "Tenho problemas em meus dois rins e não consegui meu medicamento por aqui, só por Presidente Prudente. Se não fosse lá, estaria morta", diz.

Lembra ainda que seus filhos brincaram bastante na piscina municipal, mas agora, é impossível. "Já deu até o mosquito da dengue lá. É uma pena chegar a este ponto", diz.

Em relação à ponte, Castro também comenta: "Acho que já era para estar pronta. A cidade tem muitos problemas. Entra e sai prefeito e nada é resolvido", frisa.

O lavrador Helio Cristófano Forin conta que mora na cidade desde que nasceu e, inclusive, sua família é fundadora de Alfredo Marcondes. "É triste ver como a cidade está. São tantos problemas. É só andar pelas ruas que, em cada canto, tem algo para ser arrumado, consertado. Ao meu ver, falta atenção e carinho por parte da administração. Tem coisas que há anos estão quebradas", diz.

O policial reformado, Antonio Carlos Bertacco Bagli, aponta que é um "descaso total" para com a população. "A administração não deu continuidade ao que já estava implantado. Exemplo disso é a piscina pública, a horta municipal, o viveiro. A ponte continua do mesmo jeito, o prédio do velório está fechado. É melhor arrumar, que parece ser simples, do que pagar aluguel de outro espaço, o que está sendo feito. Acredito que é preciso garantir as necessidades do povo", pontua. Destaca também a horta municipal que, segundo ele, antigamente era entregue para a merenda escolar.

 

Outro lado


Em visita à sede do jornal O Imparcial, o prefeito Pirani respondeu aos questionamentos apontados. Em relação à arquibancada do estádio, o chefe do Executivo explica que, na verdade, uma verba foi liberada, mas não para a arquibancada e sim para o conserto do vestiário e sanitário do local. "Em relação à arquibancada, o Departamento de Engenharia foi acionado para elaboração de projeto", diz. Assim que finalizado, destaca que será protocolizada na secretaria competente para análise e eventual liberação de recursos, deflagração de processo licitatório e execução das obras. "Depois da aprovação do projeto é que teremos previsão de início e fim das obras", pontua.

Acrescenta que a piscina municipal ao lado do estádio será desativada, pois será executada uma piscina aquecida no Harmonia Tênis Clube (HTC).

Confirma ainda que o convênio para reforma do velório municipal já está firmado e assinado e aguarda autorização da Secretaria Municipal de Planejamento para iniciar o processo licitatório.

Já a horta municipal, de acordo com o prefeito, está desativada desde outras gestões administrativas. O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) que fomenta e gera renda para produtores vinculados à Agricultura Familiar atende a demanda da merenda escolar, por exemplo. "A reativação do espaço é medida que está em estudo para verificação de sua viabilidade e de possível formalização com escolas técnicas para auxílio na área da agricultura", frisa. Acrescenta que, atualmente, 70 famílias são atendidas com verduras do Programa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a custo zero.

Em relação ao Parque do Povo, o prefeito pontua que o local não está embargado. "Esta obra é ao lado da ponte que apresentou problemas em sua cabeceira e que está interditada. Como há acesso ao Parque do Povo por esta via , optamos, por questões de segurança, não inaugurarmos ainda aquele espaço", diz. Falando em ponte, pontua que está em fase de conclusão o processo, aguardando liberação de verba pelo governo do Estado, por meio da Defesa Civil. Também aguarda liberação de dinheiro estadual para colocar muros no cemitério. Informa ainda que o viveiro municipal continuará desativado.

Em resposta ao questionamento por conta da falta de remédios, o chefe do Executivo explica que a administração pública realizou processos licitatórios para aquisição de medicamentos genéricos, manipulados e outros específicos que não são de uso contínuo. "Eventual falta de determinado medicamento não previsto nos certames referidos é, após criteriosa análise pelo departamento de Assistência Social, adquirida pelo município e disponibilizada aos usuários", ressalta.

"Estamos de portas abertas para ouvir a população. Mas, para se ter uma ideia, em julho, agosto e setembro, tivemos as piores arrecadações de FPM . Neste mês, recebemos R$ 155.896,057. Deste total, ainda é deduzido a parte de Saúde e Educação. É uma tarefa difícil administrar uma cidade com este recurso", finaliza.

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