A Justiça concedeu liberdade provisória ao servidor público de 66 anos que dirigia o ônibus que atropelou e matou uma menina de 8 anos em Pacaembu. A decisão foi proferida durante audiência de custódia realizada na tarde de sábado.
O delegado responsável pelo caso, Alex Marin, aponta que a Polícia Civil aguarda os resultados da perícia e do exame necroscópico da vítima para dar andamento às investigações.
Conforme noticiado por O Imparcial, a menina Alici Geovanna Moreira da Fonseca morreu após ser atingida por um ônibus do município no final da tarde de sexta-feira, no cruzamento da Rua Luiz Cavichioli com a Avenida Santos Dumont, no bairro Nova Pacaembu. O corpo da criança foi sepultado no sábado, às 10h30, no Cemitério Municipal.
Paralelamente ao trabalho da polícia, o prefeito do município, João Francisco Mugnai Neves (PL), determinou a abertura de procedimento administrativo disciplinar para averiguação dos fatos.
Alici, nascida em 19 de dezembro de 2013, era filha de Ailton Máximo e Dara Santos. “Perdi uma pedra preciosa, mas vou lutar para vencer. Que Deus mostre a justiça a ser realizada. Espero que quem tirou a vida da minha filha pague”, escreveu o pai da menina em uma rede social.
De acordo com o boletim de ocorrência registrado na Delegacia Seccional de Adamantina, uma equipe compareceu ao local do acidente e encontrou a menina já sem vida. O ônibus municipal estava abandonado próximo ao corpo. Conforme populares, o condutor teria fugido por ter sido agredido. Ele foi localizado pelos agentes no estacionamento de um condomínio e apresentava ferimentos na região do rosto, cabeça e braço, sendo encaminhado para a Santa Casa de Pacaembu e, posteriormente, à Santa Casa de Adamantina para receber cuidados médicos.
Em conversa com as testemunhas, os policiais foram informados de que o motorista seguia com as portas do veículo abertas enquanto transportava um grupo de crianças. Além disso, “dirigia em zigue-zague, aparentando não possuir experiência na condução daquele tipo de veículo”.
O boletim relata que, ao se aproximar da Rua Luiz Cavichioli, o condutor tentou realizar conversão à direita, mas teria subido na calçada e atingido uma placa de sinalização, fazendo com que ela se enroscasse na porta do meio do coletivo. Uma vez que as portas estavam abertas, as crianças desceram, inclusive a vítima, que permaneceu na calçada, esperando para atravessar a rua.
Segundo o registro policial, o motorista, com o objetivo de soltar a placa, tentou ir para a frente e, como não conseguiu, efetuou manobra de marcha à ré, momento em que atingiu a vítima com a traseira do ônibus, arrastando o corpo por alguns metros. Em seguida, teria passado com o veículo sobre a cabeça dela. Na ocasião, populares chegaram e agrediram o servidor público.
Posteriormente, ele aceitou realizar o teste de bafômetro, que apontou negativo para o consumo de bebida alcoólica.
O indiciado responderá em liberdade pelo crime de homicídio culposo (quando não há a intenção de matar) na direção de veículo automotor, agravado pelo fato de estar em transporte de passageiros.
Ainda na sexta, a Prefeitura de Pacaembu publicou uma nota em que afirmou “lamentar profundamente o acidente”. No texto, comunicou que, ao tomarem conhecimento da fatalidade, as secretarias de Obras e Assistência Social entraram em contato com os efetivos do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Polícia Técnica-Científica para resgate e apoio aos envolvidos.
O prefeito de Pacaembu, João Francisco Mugnai Neves, designou servidores para “acompanhar o local e as informações primordiais, bem como prestar todo apoio necessário”. “Nesse momento de dor e tristeza, o prefeito João Francisco Mugnai Neves e a vice-prefeita Elisabete Maria Gratão dos Santos [União Brasil], em nome de todos os servidores públicos da Prefeitura, prestam os seus mais sinceros sentimentos e se solidarizam com os familiares e parentes da vítima”, escreveu a administração.
A Prefeitura ainda decretou luto oficial por três dias em decorrência do falecimento de Alici e suspendeu as aulas nas escolas da rede municipal de ensino na segunda-feira.
No sábado, a municipalidade publicou uma nova nota informando que aguarda as investigações preliminares da Polícia Civil. Ademais, o prefeito determinou a abertura de procedimento administrativo disciplinar para averiguação dos fatos. “Após assegurado o devido processo legal, prestará os devidos esclarecimentos a toda a população pacaembuense”, completou.
