O mercado de Tecnologia da Informação continua, como há muito tempo, à procura de profissionais capacitados. De acordo com o estudo intitulado “Demanda de Talentos em TIC e Estratégia ΣTCEM”, realizado pela Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais) no final de 2021, contatou-se que o número de formandos na área da informática está aquém da demanda do mercado, estimando-se a necessidade 530 mil talentos para os próximos cinco anos.
Trabalhando como docente no ensino superior em cursos de Tecnologia da Informação, sempre ao começar um novo semestre letivo, me entristeço ao perceber que cada vez menos mulheres se matriculam em cursos superiores na área da computação. Importante ressaltar que, historicamente, mulheres sempre se destacaram por sua influência na área das ciências exatas. Ada Lovelace, Grace Hoper e HedyLamarr são apenas alguns dos nomes “de peso” que podemos citar.
Infelizmente, o inconsciente coletivo social erroneamente estabelece que as ciências exatas são ambientes naturalmente masculinos, fazendo com que a maioria das mulheres culturalmente busque por cursos relacionados a áreas de humanas. Um estudo de 2018, realizado com alunos do sistema de ensino francês, constatou que enquanto os meninos costumam considerar bons resultados obtidos nos testes de disciplinas exatas como um indicativo de que devam seguir carreiras que envolvam maior capacidade analítica, as meninas tendem a subestimar esses resultados e optam por carreiras na área de humanas.
Vale ressaltar que as preferências pessoais e individuais de qualquer pessoa devem sempre prevalecer, mas a falta de representatividade de mulheres nessa área agrava o problema da diversidade tão necessária em todos os meios sociais. Além disso, essa não é apenas uma questão de igualdade de gênero, para preencher as demandas de mercado, precisamos de ações coletivas que incentivem que cada vez mais os indivíduos busquem por formação qualificada em tecnologia para garantir a diminuição do déficit de mão de obra especializada. Por isso, reforço o comunicado: mulheres, a TI precisa de vocês!
