Música e artes visuais auxiliam no conhecimento

Em sua segunda edição, o evento faz parte do calendário acadêmico da Faculdade de Ciências, Letras e Educação (Faclepp).

VARIEDADES - DA REDAÇÃO

Data 15/10/2013
Horário 09:03
 

Levar a arte para quem não tem acesso além de promover a troca de experiências de linguagens artísticas entre os cursos de Música e Artes Visuais. Assim, Zenilda Alexandre Pasquini, coordenadora de Artes Visuais, definiu os objetivos do Unoarte, realizado de 7 a 11 de outubro. Apresentações musicais, danças com artes visuais, além de oficinas com temáticas atuais movimentaram os campi da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), de Presidente Prudente. Em sua segunda edição, o evento faz parte do calendário acadêmico da Faculdade de Ciências, Letras e Educação (Faclepp).

Jornal O Imparcial "Parangolé", uma obra em movimento, parou acadêmicos de outras áreas no hall do campus II

De instalações a performances artísticas, importantes conceitos foram colocados em prática. Apresentados com recursos contemporâneos, cada assunto despertou o interesse dos acadêmicos de todos os cursos da universidade.

Obras de arte "Sob novos olhares" pincelaram como cada arte-educador enxerga clássicos da pintura mundial para mostrar como as releituras são excelentes exercícios para tornar cada aluno autor do próprio conhecimento.

Manifesto, danças e canto coral, ritmos e movimentos que levam o espectador à reflexão de autores consagrados e que fizeram de sua música um estilo reconhecido em todo o mundo. A professora Aliete Sylla, de Artes Visuais, ajudou os acadêmicos a darem forma a essas atividades na abertura do evento.

Vinícius de Morais, também conhecido como o poetinha, foi relembrado em seu aniversário de 100 anos, virou tema de um musical que surpreendeu pelo talento e envolvimento dos alunos na produção que contou com a coordenação das professoras Katia Calil e Luciana Faria.

Wesley Zengo viveu o papel de Vinícius. Para ele, foi uma honra muito grande, porque é fã do trabalho como músico e como poeta. "Foi um desafio porque eu não sou um ator, faço o curso de Música. O desafio foi a interpretação e o fato de ter que decorar os textos, mas com muito trabalho e dedicação, deu tudo certo, o resultado foi maravilhoso e muito gratificante para mim".

Conforme explica a mestre em Música, Patrícia Lakchmi Leite Mertzig Gonçalves de Oliveira, o curso prioriza a experiência dos acadêmicos em contato com outras linguagens, porque hoje, na escola, as disciplinas estão separadas, mas é muito interessante pensar a arte como uma corrente estética que se reflete na música, nas artes visuais, na dança e no teatro.

Ela enfatiza que se os alunos não tiverem essas experiências na graduação, não as terão em nenhum outro lugar. Porque nem todos têm a prática de palco, nem todos fizeram conservatório ou subiram num palco para tocar ou se apresentam em bares. "Tem pessoas que não conheceriam essa sensação, como lidar com o corpo, com o nervosismo, com o processo de decorar as letras das músicas, de cantar afinado. Nossa intenção é agregar os cursos de Artes Visuais e Música, pois ambos vão trocar experiências, conhecimentos e habilidades, o que chamamos de cênico musical", ressalta.

"Parangolé", ação performática sobre a obra de Hélio Oiticina e a Tropicália criou um espetáculo para ser visto e ouvido. Segundo a docente de Artes Visuais, Luli Hata, que conduziu a atividade com a professora de música Sabrina Schulz, "Parangolé" é uma obra em movimento. Com tecidos pesados e coloridos de diversas naturezas, costurados uns aos outros, pessoas comuns que não fossem artistas, poderiam utilizar a roupa, vestir a cor que faz parte das artes visuais.

Para ela, fazer o aluno que vai ser um futuro professor participar atuando, faz com que ele perceba questões da produção artística. Ele vai trabalhar a obra de arte em sala de aula de outra forma, não a partir do espectador, mas a partir de quem a produz. Dessa forma, ele terá noção do que move o artista para realizar a sua obra.

"A ideia não é formar aquele professor teórico, mas ele vai trabalhar questões artísticas da teoria, do fazer e do apreciar. Ao realizar uma produção, ele tem condições de assimilar essas pequenas nuances de um fazer artístico para poder ensinar em sala de aula", ressalta a docente.

 

Outras atividades


Bem no meio da semana, na quarta-feira, houve espaço para "Canções Brasileiras", com obras de Cláudio Santoro e André Oliveira. A professora de canto Sheila Franceschini interpretou essas obras, acompanhada pela docente Sabrina Schulz no piano.

Duas jovens mestres educadoras foram convidadas para ministrar oficinas. Priscilla Prueter, professora efetiva e maestrina dos Corais da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, atualmente é coordenadora do Núcleo de Cultura e Comunicação da UTFPR – campus de Curitiba e cursa bacharelado em canto lírico na Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap), trabalhou dois dias com "Canto coral e expressão corporal – as duas faces do coro cênico" e deu um show de conhecimento e amor a música.

Para a acadêmica do 5º termo de Música, Maria Letícia da Silva, essa atividade comprova que docentes sérios e com a qualificação de Patrícia demonstram que a música deve ser tratada com mais respeito, como uma área de conhecimento, igual todas as outras, não apenas como entretenimento.

Utilizando a linguagem da música eletrônica, a mestre em educação musical, Eliza Rebeca Vasquez, ministrou a oficina "Ensino de arte e novas tecnologias". A apresentação musical da última noite ficou a cargo do Concerto de Música Eletroacústica, também conduzido pelo professor André Oliveira.
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