“Prepare o seu coração/ Pras coisas que eu vou contar...”. Foi no ano que passou: “Aprendi a dizer não/ Ver a morte sem chorar/ E a morte, o destino, tudo/ Estava fora do lugar/ E eu vivo prá consertar...”. Não, não foi sem choro. Em derredor a vida estava oprimida. A angústia sufocou muita gente. A confusão foi instalada e as pessoas ficaram à mercê da sorte. Algumas não estão mais entre nós. A indiferença se fez de companhia a outras tantas que por aí grassam, sem graça e com valentia retórica. Essas como tantas outras gostariam de “consertar”, isto é, ter todas as respostas e curar o mundo que, a seu ver, está fora de lugar. “Mas o mundo foi rodando/ Nas patas do meu cavalo/ E nos sonhos que fui sonhando/ As visões se clareando / Até que um dia acordei/ Então não pude seguir/ Valente lugar-tenente/ De dono de gado e gente/ Porque gado a gente marca/ Tange, ferra, engorda e mata/ Mas com gente é diferente...”.
Sim, com gente é diferente. “É preciso ter sonho, ter garra, ter gana, sempre!” Por isso, “Eu só peço a Deus/ Que a dor não me seja indiferente/ Que a morte não me encontre um dia/ Solitário sem ter feito o que eu queria./ Eu só peço a Deus/ Que o futuro não me seja indiferente/ Sem ter que fugir desenganado/ Pra viver uma cultura diferente...”. Ademais, “Eu vou seguir uma luz lá no alto/ Eu vou ouvir uma voz que me chama/Eu vou subir.../ Eu vou gritar para o mundo me ouvir e acompanhar (...)/ Eu vou pedir que as estrelas não parem de brilhar/ E as crianças não deixem de sorrir/ E que os homens jamais se esqueçam de agradecer”.
Sim, eu sei. “Nada do que foi será/ De novo do jeito que já foi um dia/ Tudo passa, tudo sempre passará”. “Muda o superficial/ Muda também o profundo/ Muda o modo de pensar/ Muda tudo neste mundo/ Muda o clima com os anos/ Muda o pastor e seu rebanho/ E assim como tudo muda/ Que eu mude não é estranho./ Muda tudo muda/ Mas não muda meu amor/ Por mais longe que eu me encontre/ Nem a recordação nem a dor...”. O que não muda é agora oferecido “como um documento inalterável.../ Quem disse que tudo está perdido?/ Eu venho oferecer o meu coração”.
“Ontem o menino que brincava me falou/ Que o hoje é semente do amanhã/ Para não ter medo, que esse tempo vai passar/ Não se desespere não, nem pare de sonhar./ Nunca se entregue, nasça sempre com as manhãs/ Deixe a luz do sol brilhar no céu do seu olhar./ Fé na vida, fé no homem, fé no que virá/ Nós podemos tudo, nós podemos mais/ Vamos lá fazer o que será.” É isso. Começamos um novo calendário. “O mundo só será feliz se a gente cultivar o amor./ Ei, irmão, vamos seguir com fé tudo o que ensinou o Homem de Nazaré.”
Seja bom o seu dia (e o seu ano) e abençoada a sua vida. Pax!!!