Neste fim de ano, é preciso considerar o que pode nos tornar melhores

EDITORIAL -

Data 09/12/2020
Horário 04:15

O Natal é o período do ano que convida as pessoas a uma reflexão muito íntima consigo mesmas: trata-se do período apropriado para ponderar os momentos vividos e experienciados ao longo dos meses, considerar tudo aquilo que foi positivo e negativo, deixar para trás as más experiências e fazer novas resoluções para o próximo ano. Esse exercício pessoal não poderia ocorrer em um momento mais oportuno, quando as pessoas são contagiadas pela magia do Natal e se sentem revigoradas pela esperança e pelo otimismo que esse contexto geralmente traz.
Neste ano, esse diálogo interior será um pouco mais longo do que o de costume, considerando que 2020 tem sido um ano difícil para todos. Além das dificuldades cotidianas que normalmente marcam o dia a dia de todas as pessoas, houve situações coletivas que modificaram a vida da sociedade como um todo: a pandemia do novo coronavírus alterou a forma como os indivíduos enxergam e interagem com o mundo. Não bastasse o isolamento social decorrente deste cenário, que levou muitos a se afastarem do mundo exterior e das pessoas com quem se relacionavam diariamente, houve uma evidenciação profunda do quanto os seres humanos ainda precisam evoluir em termos de responsabilidade social e respeito em relação ao seu próximo. 
Afinal de contas, enquanto famílias se despediam de seus entes queridos, vítimas da Covid-19, assistíamos a inúmeras cenas de descumprimento das medidas sanitárias e de discursos negacionistas, que tentavam omitir o verdadeiro cenário global e, com isso, passar a falsa sensação de que está tudo bem.
Não está tudo bem (e não há nada de errado em reconhecermos isso), no entanto, em algum momento vai ficar. Para isso, é preciso que todos nós nos empenhemos em ser melhores, mais tolerantes e mais empáticos em relação aos que nos cercam e fazem parte do nosso convívio. Nesse período de reflexão, não custa nada propormos a nós mesmos a missão de agirmos diferente e sempre em direção à harmonia e ao respeito mútuo. 
Dois mil e vinte termina como um ano repleto de perdas pessoais, mas nos deixa a lição de que a mudança do mundo começa em nós mesmos. Passada esta pandemia, é importante que as pessoas não apenas recuperem suas relações sociais e sua rotina pré-Covid-19, mas se predisponham a evoluir enquanto seres humanos, mesmo porque o vírus da ignorância e o da falta de senso de coletividade podem ser tão nocivos e fatais quanto o da doença em questão.
 

Publicidade

Veja também