No Dia da Mulher, Natalia Burian comemora superação no basquete

Esportes - Jefferson Martins

Data 08/03/2016
Horário 09:07
 

Nem de longe o basquete feminino tem o mesmo apoio e respaldo do masculino. O esporte, num contexto geral, ainda é recheado de preconceitos contra as mulheres. No entanto, com talento e força de vontade há quem consiga se destacar. Este é o caso da armadora do time de Presidente Venceslau, Natalia Burian. Hoje, no Dia da Mulher, a atleta de 31 anos conta um pouco da sua trajetória dentro de quadra, fala de decepções, seleção brasileira e do momento mais complicado vivido como jogadora.

Em 2012, por decisão unânime do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), a jogadora foi suspensa por uso do anabolizante nandrolona, utilizado para crescimento da massa muscular, e ficou 18 meses longe do esporte. "Foi complicado no começo, mas depois eu vi que cresci como pessoa neste período. Amadureci, vi que eu era muito mimada e achava que o mundo girava em torno de mim. No fim das contas acabei tomando importantes lições sobre tudo o que ocorreu", fala.

Jornal O Imparcial Após suspensão de 18 meses, Natalia voltou às quadras "mais madura"

Depois de cumprir a punição, Natalia foi contratada pelo Maranhão Basquete, onde atuou na edição 2013/2014 da LBF (Liga Nacional de Basquete Feminino), e na sequência foi contratada por Venceslau. Ao longo da carreira, a atleta que começou em Bauru, defendeu as cores de Americana, Catanduva, além de ter jogado na Europa, em um time da Letônia. "Fiquei quatro anos em Catanduva, que foi quando tive a primeira convocação para a seleção brasileira", recorda. Em 2008, jogou o pré-olímpico que classificou o Brasil para os Jogos de Pequim.

 

Frustração

Embora tenha diversas conquistas e medalhas no currículo, uma derrota não sai da sua cabeça. "De tudo o que ganhei, faltou o último Campeonato Brasileiro, por Catanduva. Estávamos empatadas com duas vitórias para cada um. Quem vencesse seria campeão. Foi um jogo muito equilibrado e na prorrogação perdemos na última bola. Ficou um gostinho de que era para ser nosso", fala.

A atleta lembra também do seu início no esporte, que foi graças ao "empurrãozinho das amigas". "Elas ficavam me chamando sempre, aí fui e não parei mais. Mas só consegui seguir graças ao meu ex-treinador Cesar. Hoje a gente não tem muito contato, mas sou muito grata a ele, por tudo o que fez por mim", completa.
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