Número de animais silvestres resgatados pela Polícia Ambiental na região tem alta de 170%

De janeiro a junho de 2025, foram 111 capturas no oeste paulista; espécies de maior incidência são jabuti-piranga e gambá-de-orelha-branca

REGIÃO - MELLINA DOMINATO

Data 26/08/2025
Horário 04:02
Foto: Polícia Militar Ambiental
Animais resgatados em boas condições físicas são reintroduzidos em seu habitat natural
Animais resgatados em boas condições físicas são reintroduzidos em seu habitat natural

De janeiro a junho, 111 animais silvestres foram capturados pela Polícia Militar Ambiental na região. O número representa uma alta de 170% em relação aos 41 resgates efetuados pela corporação em todo o oeste paulista, no primeiro semestre do ano passado. Comandante da 3ª Companhia, órgão sediado em Presidente Prudente e responsável por 53 municípios, o capitão Julio César Cacciari de Moura explica que as espécies com maior incidência de resgates são o jabuti-piranga (Chelonoidis carbonarius) e o gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris).

Na última semana, como noticiado por O Imparcial, pelo menos mais três animais silvestres foram resgatados na região: um tamanduá-mirim, na zona rural da Sandovalina; um filhote de onça-parda fêmea, em Presidente Bernardes; e uma anta fêmea adulta, em Teodoro Sampaio.

De acordo com o policiamento ambiental, atribuir uma possível causa ao aumento no número de capturas depende especificamente de cada espécie analisada. Como exemplo, cita dois animais que são frequentemente resgatados na região. “O jabuti-piranga, adquirido ainda filhote, sem origem legal, à medida que se desenvolvem, é abandonado na via pública quando seus tutores tomam conhecimento da ilegalidade de sua manutenção em cativeiro”, revela. 

“Outro exemplo, são os mamíferos da espécie gambá, que acessam o meio urbano, residências, em busca de alimentos. Quanto a resgates de animais de médio e grande porte, não há registro de aumento no número de ocorrência dessa natureza”, esclarece a corporação.

O capitão expõe que as capturas no oeste paulista são mais frequentes em bairros periféricos, que fazem divisa com áreas de vegetação nativa ou zonas rurais, fator que favorece o deslocamento da fauna silvestre até o perímetro urbano. Quanto aos motivos mais comuns dos resgates, cita que a maioria das ocorrências decorre do deslocamento espontâneo dos animais silvestres para as cidades, muitas vezes impulsionados pela busca por alimentos. 

Cuidados e destinação

Cacciari pontua que os animais resgatados em boas condições físicas e com comportamento bravio são reintroduzidos em seu habitat natural, em áreas de soltura previamente avaliadas. Já os feridos ou filhotes são encaminhados para o Cetas (Centro de Triagem de Animais Silvestres), onde recebem atendimento especializado com vistas à posterior reabilitação e reintegração ao meio ambiente.

No que diz respeito à captura, alerta que a população deve evitar qualquer tipo de contato direto e acionar imediatamente os órgãos competentes, como a Polícia Ambiental ou o Corpo de Bombeiros, para o manejo seguro do animal. “A manipulação inadequada de animais silvestres representa risco à integridade física do cidadão e ao bem-estar do próprio animal. O resgate deve ser realizado apenas por profissionais habilitados, com treinamento e equipamentos adequados”, ressalta o capitão.

A corporação ainda recomenda que, antes de qualquer tentativa de aquisição de animais silvestres, o interessado busque orientação junto aos órgãos ambientais, a fim de garantir o cumprimento da legislação vigente e prevenir condutas ilícitas relacionadas à fauna nativa.

Polícia Militar Ambiental


Na maioria das ocorrências, animais silvestres se deslocam espontaneamente para cidades, em busca de alimento

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