A VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal) de Presidente Prudente confirmou ontem mais sete mortes provocadas pela dengue. Com isso, a cidade soma 27 óbitos em decorrência da doença somente nos dez primeiros meses de 2016. O número é quase sete vezes maior que o registrado ano passado, quando quatro pessoas faleceram em decorrência da picada do mosquito
Aedes aegypti. Antes disso, os anos de 2015 e 2013 contaram uma morte, cada, sendo que o primeiro óbito por conta da doença ocorreu em 2006. Para prevenir que novos casos positivos e, consequentemente, novos falecimentos sejam contabilizados nos próximos meses, o órgão segue até sexta-feira com os trabalhos do Liraa (Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes Aegypti).

Levantamento da VEM tem objetivo de identificar índice de infestação pelo Aedes aegypti
"Em comparação com os anos anteriores, o número de 27 mortes neste ano é considerado altíssimo. É lamentável morrer por conta de um mosquito, tendo em vista que os culpados somos nós mesmos, que não tomamos todas as medidas necessárias em nossas próprias casas para evitar a proliferação deste mosquito", avalia a educadora de saúde da VEM, Elaine Bertacco. Ontem, o órgão divulgou mais 2.872 casos de dengue no município. "Com esses, que ainda são equivalentes ao primeiro semestre do ano, somados aos já informados anteriormente, Prudente contabiliza 13.072 catalogações positivas. Essas foram confirmadas entre as 18.131 pessoas que passaram por uma unidade de saúde ou hospital da cidade", expõe.
Elaine pontua que não há um registro dos atuais casos suspeitos que aguardam resultados de exames, em função da alta demanda. No entanto, relata que os últimos dados divulgados apontam queda nos diagnósticos positivos. "A maioria dos casos agora é negativo, mas o trabalho de prevenção e combate ao mosquito segue o ano todo. Temos um verão pela frente!", destaca.
Liraa
Através do Liraa, que começou no dia 3 e segue até sexta-feira, a VEM pretende visitar 4,2 mil casas, estas divididas pelo órgão em sete áreas do município. O levantamento, que identifica os criadouros predominantes e a situação de infestação do município, permite o direcionamento das ações de controle para as áreas mais críticas. Entre os principais problemas encontrados, Elaine cita: água parada em pratos de planta, em materiais de reciclagem, em objetos de construções, pneus, ralos, recipientes sem serventia, além de materiais de limpeza, como baldes, sem o devido cuidado. "Nas visitas, se encontramos larvas, colhemos e levamos para análise. Após o levantamento, condensamos os dados para direcionar as ações de controle para as áreas mais críticas", diz a educadora de saúde.
Elaine explica que cada problema exige uma medida diferenciada a ser tomada, como, por exemplo, o descarte de pneus, que muitas vezes são jogados de forma irregular pelos fretistas em terrenos e não no Ecoponto, como teria sido contratado pelo comerciante, bem como a resistência de moradores de determinadas regiões da cidade, que insistem em acumular entulhos que atraem os mosquitos, entre outros. "Além de recebermos os agentes da vigilância, precisamos que os moradores façam a sua parte na eliminação de criadouros", alerta.