"O Brasil será protagonista nas olimpíadas”

Esportes - Jefferson Martins

Data 28/02/2016
Horário 11:37
 

 

Antônio Carlos Barbosa


Técnico da seleção brasileira de basquete feminino

 

Lá se vão 40 anos de carreira para o técnico Antônio Carlos Barbosa. E neste ano, o técnico terá uma importante missão: comandar a seleção brasileira nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Fato, que para ele é encarado, acima de tudo, como um "privilégio, porém com muita responsabilidade". Esta semana, o experiente treinador esteve em Presidente Venceslau para acompanhar a partida entre o time da casa e Maranhão Basquete, válido pela LBF (Liga Nacional de Basquete Feminino). Em entrevista a este diário, além de falar sobre a principal competição esportiva mundial, deu a sua opinião sobre o desenvolvimento da modalidade na região.

Jornal O Imparcial Barbosa esteve em Presidente Venceslau para assistir a partida

 

O Imparcial - Qual seu intuito em acompanhar jogos da LBF?

Antônio Carlos Barbosa - Nós estamos em uma fase de observação. O universo de meninas no basquete feminino não é muito grande. Eu vivencio o basquete feminino há muitos anos e conheço essas meninas todas desde a sua formação. Então a gente está acompanhando para ver o momento de cada uma. Pois olimpíadas é o momento. A gente não pode esconder que existe uma base. Mas não posso antecipar, pois cada dia é um dia e cada situação é única. A gente fica na expectativa de ver ao longo destes jogos o desenvolvimento delas. É notório que algumas já são jogadoras carta marcada, mas tem várias que estão disputando espaço e podem chegar lá.

 

OI - O que esperar da seleção nas Olimpíadas do Rio de Janeiro?

Barbosa - Eu peguei a seleção brasileira em um momento muito ruim. De seguidos resultados negativos e classificações abaixo do nosso nível, que não refletem o que é o basquete feminino brasileiro. E a expectativa é que nós consigamos reverter essa situação. Eu acredito nisso, acredito nessas jogadoras, no potencial do basquete feminino. E creio que a gente possa elevar o nosso esporte a um nível de alta competição e principalmente de protagonista em grandes competições.

 

OI - Com toda a experiência de 40 anos de carreira, o que o torcedor pode esperar da equipe do técnico Barbosa?

Barbosa - Jogos olímpicos é a competição mais importante do mundo. Foram feitos vários investimentos . Nunca teve tanto dinheiro para o esporte. Realmente a responsabilidade é muito grande e tem que ter uma boa participação sim, já que é esperado esse retorno. Com toda certeza o povo brasileiro pode esperar uma participação melhor do que nós já tivemos. Um time que vai entrar para buscar a vitória. Para ser protagonista da competição. Não ser um mero participante. Essa é minha característica, é o que eu imponho para minhas equipes e com certeza nós vamos brigar.

 

OI - Em janeiro houve o primeiro evento-teste visando os Jogos Olímpicos. Por não concordar com o tratamento dado ao basquete feminino pela Confederação Brasileira de Basketball, alguns clubes resolveram não ceder jogadoras para os jogos. Como o senhor viu essa situação?

Barbosa - Foi uma radicalização insana. E prejudicou muito mais as jogadoras, pois elas perderam a oportunidade de jogar. Além do mais, os times perderam a visibilidade e não proporcionaram através delas que os seus patrocinadores tivessem exposição. Foram erros em cadeia que não levaram ninguém a nada. O evento teste teve. O Brasil montou uma boa equipe. Além disso, proporcionou a possibilidade que outras estivessem lá e sem dúvida alguma, aumentou o leque de possibilidades para a convocação final.

 

OI - A LBF conta com seis equipes. E entre elas está Presidente Venceslau, que tem uma filosofia de trabalho, mas não conta com os grandes investimentos dos times concorrentes. Qual é a sua visão?

Barbosa - Eu vejo de forma muito positiva. O trabalho de Venceslau é digno de todos os elogios. Tem um olhar para as categorias de base. Claro que sabemos as dificuldades, pois geograficamente está longe dos grandes centros, de onde se desenvolve o basquete. Mas com muito querer, aqui estão pessoas que querem buscar e fazem acontecer, numa parceria pública/privada, que ocorre de forma positiva. E tanto a prefeitura, quanto as empresas locais, querem colocar a cidade num degrau maior e estão conseguindo fazer.

 

OI - Após anos, Presidente Prudente terá na categoria sub-16, a participação de um time. O segredo está em iniciar na base?

Barbosa - Essa é uma notícia maravilhosa. Uma cidade que tem uma história tão bonita no basquete não pode ficar fora do cenário do esporte. O potencial econômico e esportivo que tem Prudente, de uma metrópole regional, precisa se unir. Buscar parcerias na iniciativa privada e motivação que possibilite formar sim equipes, começar com a base, para na sequência seguir no adulto. Vejo que é uma situação que precisa ter a ideia encampada e levar para frente.

 

OI - O senhor iniciou no basquete em 1976. Comandar o Brasil, nos Jogos Olímpicos em casa, no ano em que completa 40 anos de carreira é um prêmio?

Barbosa - É uma marca pessoal importante. É acima de tudo um orgulho e um privilégio, mas tenho consciência da responsabilidade que tenho.

 
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