Era Digital
Confesso a minha altíssima ignorância quando o assunto é, digamos, o universo da internet. Ou o universo da era digital. Não me adaptei direito - nem esquerdo - à era digital e, na hora de manusear o celular e o computador, apanho pra cachorro. Sofro mais do que filhote de passarinho na mão de menino, como dizia o inesquecível Stanislaw Ponte Preta, o maior cronista de humor do Brasil.
Trocando em graúdos: estou mais por fora do que língua de cachorro cansado, como dizia o comediante Zé Trindade. O que posso fazer? Um curso a esta altura do certame da existência? A gente vai levando, diria Tom Jobim. Vai empurrando com o abdômen.
Bem, em frente que atrás vêm os credores. O negócio é o seguinte: frases divertidas, com notável senso de humor, começam a circular nas redes sociais. Na verdade, são velhos ditados adaptados à nova realidade. O Espadachim separou algumas delas para seus milhões de fãs em toda a galáxia.
Confiram! A pressa é inimiga da conexão. Amigos, amigos, senhas à parte. A arquivo dado não se olha o formato (observação para os mais jovens: é a adaptação da famosa a cavalo dado não se olha os dentes). Diga-me que chat frequentas e te direi quem és. Para bom provedor, uma senha basta (é aquela da meia palavra basta para bom entendedor).
E segue o baile. Não adianta chorar sobre arquivo deletado (é aquela do leite derramado). Em briga de namorados virtuais não se mete o mouse. Hacker que ladra não morde (Millôr dizia que cão que ladra não morde, enquanto ladra). Mais vale um arquivo em HD do que dois baixando (é aquela que diz, no original, que vale mais um pássaro na mão do que dois voando).
O baile segue. Mouse sujo se limpa em casa. Melhor prevenir do que formatar. Quando um não quer, dois não teclam (no original dois não brigam). Quem clica seus males multiplica. Quem com vírus infecta com vírus será infectado (o célebre quem com ferro fere com ferro será ferido).
Seguindo em frente. Quem envia o quer, recebe o que não quer. Quem não tem banda larga caça com modem. Quem semeia e-mails colhe spams. Quem tem dedo vai a Roma. Vão-se os arquivos, ficam os backups. Aluno de informática não cola, faz backup. Por fim, na informática nada se perde, nada se cria. Tudo se copia e, depois, se cola. E zéfini, como diria o Ayrton Senna.
DROPS
Começou o inverno. Taí uma estação que aquece as vendas de cobertores.
Lula tem sorte e seus adversários têm azar.
Rico praticante de esportes radicais, casado com mulher gostosa, corre o risco de perder a esposa e a fortuna.
O medo pode matar o coração.
(Astrud Gilberto, cantora)
