Sei que vocês não vão acreditar - e nem devem -, mas houve um tempo em que os bichos falavam e até fizeram uma revolução. Faz um bocado de tempo quando ainda não havia bombocado.
Uma vez um touro se interessou por uma vaca que comia capim num pasto ao lado. Foi aí que o touro, metido a engraçadinho, resolveu paquerar a vaca. Dirigiu alguns gracejos à vaca, que era holandesa, aquela do tipo "peituda"(vai ver o touro ficou doidão ao ver o peitão, com jeitão de air-bag).
"Oi, gostosa", disse o touro. Ao que a vaca falou: "Isso é comigo?" "Sim, é com você. Por acaso há outras vacas por perto?", perguntou o paquerador. A vaca disse que não, mas seu "marido" estava pra chegar. "Meu "marido" é bravo, valente pra cachorro", alertou a vaca.
Aí chegou o outro touro, o companheiro da vaca. O bicho pesava mais de uma tonelada. "Algum problema?", perguntou o touro. Antes mesmo de a vaca explicar alguma coisa o outro touro afinou e deu no pé. Foi pro brejo, que é para a vaca ia em outros tempos.
E tem aquela dos jacarés. Dois jacarés conversavam na margem do rio e, segundo testemunhas oculares sem óculos, o papo versava sobre, digamos, segurança animal. Sabe aquela história de sobrevivência na selva?
Pois é, dona Zezé, os garbosos répteis estavam preocupados e não paravam de sacudir o rabo de um lado para o outro. Um jacaré se chamava Gerôncio e o outro, segundo o peão de uma fazenda, atendia pelo nome - ou apelido, sei lá - de Morito.
"Você viu, Morito, a empreiteira americana que construiu a hidrelétrica soltou dois milhões de alevinos de piranha no rio", avisou Gerôncio, mais nervoso do que político sem mandato. E alertou: "Na fase adulta as piranhas irão nos comer vivos, se não aprendermos a nadar de costas".
O jacaré Morito ouviu com atenção e seu rabo tremeu, ainda mais depois que o colega explicou que as piranhas eram aquelas avermelhadas, as mais agressivas, enfim, o terror dos rios.
"O que faremos?", perguntou Morito, acrescentando que também falava em nome de toda a comunidade jacareliana, digamos assim, do caudaloso rio.
Foi aí que o jacaré Gerôncio teve uma ideia de que tachou de genial: "Contrataremos um nadador experiente para nos ensinar a nadar de costas, porque com piranha vermelha não se brinca".
Nado de costas. Afinal, em rio que tem piranha jacaré nada de costas, diz o dito popular. A proposta de Gerôncio foi aprovada por unanimidade numa assembleia.
Para ensinar o nado de costas, a jacarezada cogitou contratar Gustavo Borges e, se o brasileiro recusasse, pensou-se no campeão olímpico Michael Phelps, que seria remunerado com couros de jacaré apreendidos pelo Ibama.
E, em Xiririca da Serra, as cegonhas entraram em greve para exigir aumento salarial no transporte de bebês. "Queremos aumento real e não aumento plebeu", falou grosso um tuiuiú, esclarecendo que as cegonhas não abririam as asas, ou seja, não abririam mão de um aumento de 20% por quilômetro rodado, quer dizer, por voo rodado.
Um pangaré arrastava a crina pra cima de uma égua de raça. A égua não dava a menor bola pro coitado do cavalo sem raça definida. Em suma: era um vira-lata equino. "Console-se. Ela já tem um garanhão árabe", avisou um cavalo amigo do pangaré.
Um papagaio e um periquito viviam às turras na casa onde moravam. "Cadê o milho que estava aqui?", queixava-se o dono das verdes aves. Voraz e guloso, o papagaio comia - ou engolia - todo o estoque de milho destinado às galinhas.
O dono sempre culpava o coitado do periquito. De tanto levar bronca, o periquito convocou uma coletiva de imprensa, onde não tem ninguém de colete, e botou a boca no trombone e em outros instrumentos: "Cansei, pessoal, o papagaio come o milho e eu levo a fama".
DROPS DE STEPHEN HAWKING
Inteligência é a capacidade de se adaptar à mudança.
A Matemática é a única linguagem que temos em comum com a Natureza.
Olhe para as estrelas e não para seus pés.
Pessoas quietas possuem mentes barulhentas.