O estranho e o familiar

Estamos nos familiarizando com o bizarro? Estaríamos estranhando o amor? O esposo que envia um buquê de rosas para a esposa estaria ficando louco? Estamos familiarizando com a violência doméstica? É normal o pai chegar alcoolizado em casa, agredir fisicamente os filhos e esposa, arremessando ou quebrando tudo, ir para cama e no dia seguinte acordar com amnésia? 
As crianças estão entrando em contato, muito cedo com a violência doméstica. Muitas vezes em condições intrauterinas. São comportamentos como agressões físicas, agressões verbais que ferem, representando murros e tapas, transformando em feridas psíquicas, permanentes. Estaríamos nos familiarizando com a indiferença? E nossos idosos? No dia a dia do cotidiano, observamos que tornaram um estorvo, confusos, buscam por um lugar específico para eles. Há descasos e indiferenças evidentes, no enfrentamento sobre decisões e um joga para o outro. Há hipocrisia, omissão e mentiras veladas sobre o destino deles. 
Covardia é normal? O comportamento educado e gentil de adolescentes causa estranheza entre alguns jovens, gerando estereótipos. O comportamento normal para um adolescente é ser delinquente? Por que caminhamos em direção ao espanto em ver famílias em harmonia, união e progresso? Os valores, normas, princípios e direitos estão obsoletos? Lembrei-me de uma frase bíblica (Apocalipse, cap. III, vers16), que uso muito e digo também: Seja frio, ou seja, quente, morno eu te vomito, e acho que criei outra, advindo desta, assim: Tenha amor ou tenha ódio, indiferença eu te vomito. É melhor amar ou odiar, ficar indiferente é catastrófico. Precisamos tomar partido, fazer escolhas e decidir. 
Quem tem medo de correr riscos, acaba por nada fazer. Todos os dias, o raiar do sol, a natureza, a beleza, a arte, os desafios, as conquistas, a dor, sofrimento, decepções, fracassos, morte compõem o teclado do piano de toda uma vida. O direito à vida é de todos, sem distinção. Todos nós experienciamos e vivemos tudo isso, brancos, negros, vermelhos, amarelos, etc. Estamos nos familiarizando com o perverso? Estamos estranhando a dignidade, ética, diálogo, diversidade e respeito? A banalização coloca todas as pedras raras e preciosas no mesmo balde. A ignorância, descaso e indiferença às despejam no esgoto nosso de cada dia. 
 

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