Homens e mulheres têm entradas diferentes na linguagem, no tempo e no espaço. A feminilidade foi conferida à mulher pela natureza da condição biológica; ora, ela pode dar à luz, gerar uma vida e zelar por ela. Por outro lado, ocupar o lugar de objeto de desejo se sedimentou, e a chegada da tecnologia (o advento da pílula anticoncepcional) proporcionou à mulher esse lugar de escolha e não de predestinação.
A ideia de que as mulheres têm desejos, e que os homens não eram os únicos responsáveis, é muito recente. Essa mulher desejante exige do homem um deslocamento para um lugar do desconhecido; a propósito, os homens têm estado bastante preocupados com isso, pois, como amar alguém tão parecido comigo? Como amar aquela que me revelou seus desejos?
A ideia de que as mulheres têm desejos, e que os homens não eram os únicos responsáveis, é muito recente
O homem ainda neste século XXI, inserido na pós-modernidade, busca amparo institucional, seja na família ou na igreja, por exemplo, para que se tenha garantias. Haja vista, que esse ser masculino tem a enorme capacidade de sentir e a mínima habilidade de suportar os sentimentos.
Não há nada no mundo que responda a essa busca de lugar, a menos que se reconheça que construir esse lugar de existir é de responsabilidade pessoal, impermanente e intransferível.
