Circulam nas redes sociais casos envolvendo Shoji Morimoto que, com este nome e sobrenome, não é sergipano de olhos amarelos. Ele tem mestrado em Física e mora em Tóquio. É um homem que se autointitula como "um tipo comum, calado e sem talentos especiais".
Cansado de realizar trabalhos que não gostava, o nosso amigo japonês publicou uma mensagem nas redes e deixou claro: "Alugo-me para não fazer nada". E explicou: "Posso estar contigo, ouvir-te, acompanhar-te. Não cozinho, não limpo, não dou conselhos. Apenas existo contigo. Preço: transporte e comida".
Bom lembrar: Morimoto fez isso por brincadeira. No dia seguinte, ele recebeu mais de 500 mensagens. Uma mulher pediu sua companhia para assinar os papéis do divórcio, explicando que não queria fazer isso sozinha. Já um jovem, após ter alta hospitalar, pediu a Shoji Morimoto que caminhasse com ele até sua casa. E exigiu: em silêncio.
Uma idosa o convidou para comer, apenas para não mastigar sozinha. Evidente que as extravagâncias (ou depressão?) atraíram a atenção da mídia. "Mas o que o senhor faz exatamente?", perguntou uma jornalista. "Nada! Só estou lá, mas, às vezes, estar é tudo!", respondeu o "acompanhante" de aluguel. E mais: ele foi contratado para ver o pôr do sol e, nesse caso, segurava um guarda-chuva. Também foi "convocado" para ouvir uma pessoa chorar durante uma hora, sem fazer qualquer julgamento.
Uma vez uma garota chamou Morimoto e disse-lhe: "Só quero que alguém me veja subir no palco. Ninguém da minha família quis vir". Com mais de 4 mil clientes, Morimoto escreveu livros, não dá conselhos e não pretende mudar vidas.
É tachado de "o homem que não faz nada". "Também preciso de companhia", contou. Ele faz o que muitos não sabem fazer: estar presente. Isso cura quando alguém enfrenta as intempéries da vida. Ninguém se salva sozinho, como dizia o saudoso Papa Francisco.
P. S.: Meu pranto por Vladimir Herzog, cruelmente assassinado pela ditadura 50 anos atrás. Ele foi meu chefe na TV Cultura. O destemido Adriano Diogo, ex-deputado, deu nome aos bois, citando os generais e irmãos Ernesto e Orlando Geisel como os responsáveis por ordenar a morte de Vlado. "Matem o judeu", teriam dito os irmãos, de acordo com Diogo. Um viés antissemita dos dois "alemães?" É o fim do mundo brasileiro matar brasileiro por causa de ideologia.
DROPS
Ô glória: Lula e Trump ficaram noivos. Agora vai.
EE.UU amo o Brasil, mas gostaria que trocasse o s por z.
Os exóticos também amam.
Quem semeia vento colhe ventania.