O novo mercado pós-pandemia: mudanças provisórias ou definitivas?

OPINIÃO - Bruna Melo

Data 29/05/2020
Horário 06:00

A pandemia causada pelo coronavírus mudou a rotina e hábitos de todo o mundo. A vida das pessoas e das empresas foram drasticamente afetadas. E com a retomada parcial e gradativa do comércio, será que o mundo vai voltar ao que era antes? Vamos deixar a reposta para o final.

O isolamento social como medida adotada pelos governos para combater a Covid-19 fez com que as pessoas e o comércio se reinventassem para sobreviver ao período de turbulência, pois não foi somente a questão financeira afetada com o distanciamento social, mas também a saúde mental (filhos sem ver pais e avós, a solidão para alguns, o tédio para outros).

O oferecimento de serviço à distância cresceu exponencialmente no período de isolamento social, e como efeito cascata, a dinâmica nas relações comerciais também mudou. Aumento do e-commerce, drive thru para serviços que antes não o exploravam, como campanhas de vacinação, home office incentivado pelas empresas. São apenas alguns exemplos simbólicos para ilustrar o mundo adaptando-se à Covid-19.

No segmento que atuo, também houve mudanças substanciais, como a possibilidade de lavratura de escrituras públicas através de videoconferência e assinatura por certificado digital. O provimento 12/2020 da Corregedoria do Tribunal de Justiça de São Paulo e Provimento 100/2020 do Conselho Nacional de Justiça vieram permitir tais atos digitais.

A tecnologia nas nossas vidas é essencial, e o isolamento social realçou a sua importância, acelerando procedimentos que, caso não houvesse o coronavírus, demorariam alguns anos a serem permitidos como as escrituras eletrônicas.

Nesta esteira, pode-se mencionar como a Covid-19 fez com que todos os setores sensíveis da sociedade se mobilizassem e se reinventassem. Novos valores e mentalidades estão surgindo durante a crise do coronavírus, como consciência consumerista (consumo economicamente sustentável) diante da crise econômica.

Muitas empresas viram sua produtividade aumentar com o home office, ou seja, reduzir custo do espaço físico e aumentar a eficiência. Muitas reflexões estão aflorando em decorrência da pandemia, como a manutenção da sede física da empresa X coworking, um formato que possibilita o compartilhamento de espaços e recursos de escritórios entre as pessoas, reduzindo os gastos operacionais.

São lamentáveis as mortes e doentes que foram afetados pelo coronavírus, aos quais presto minhas sinceras condolências. Mas há uma luz no fim do túnel e algumas mudanças que o coronavírus acelerou para acontecer e vieram para ficar.

Empresas resilientes e inovadoras irão conseguir passar por esse momento difícil e muitas ainda irão crescer. Na crise, muitas oportunidades surgem e nas palavras de um estadista britânico de inteligência ímpar, concluo: “Não é hora de facilidade e conforto. É hora de ousar e aguentar”. Winston Churchill. Sim, mudanças vieram para ficar.

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