O poder de uma tartaruga

OPINIÃO - Fernando Batistuzo

Data 16/01/2024
Horário 05:00

Você já nadou ao lado de uma tartaruga? Nunca fui um ambientalista. Especialmente no sentido que os “istas” geralmente evocam, de um adepto ou especialista sobre um assunto, no caso, meio ambiente. 
Mas isso não significa que nunca me “preocupei” com o meio ambiente. Como muitos já há um bom tempo me policio para não gastar água em excesso e separo o lixo para a coleta seletiva, dentre outras pequenas práticas cotidianas que tento transmitir às minhas duas pequenas filhas.
Então o que me levou a escrever agora, mais diretamente, sobre o meio ambiente?
Uma tartaruga.
Inusitado, não é? Nestas férias, dias atrás em um mergulho (com snorkel) no mar, tive o privilégio de nadar por alguns minutos próximo (sem tocá-la) a uma tartaruga. 
Não foi a primeira vez que vi uma tartaruga no mar e já visitei institutos que as preservam, mas a diferença agora foi a forma de contato e de sua observação, tendo podido acompanhá-la de perto, vendo-a nadar vagarosamente, buscando alimento, encontrando-o e comendo.
Foi incrível porque o contato marinho reforçou duas coisas sobre o reconhecidamente simpático animal, sua a beleza, e, sua vulnerabilidade.
Ao mesmo tempo que uma tartaruga marinha é linda em si, vê-la em seu habitat natural nos mostra como é mesmo um “bichinho” exposto a perigo, sobretudo quando imediatamente após sairmos da água olhamos para a areia da praia e, ali, a poucos metros da sua morada, o mar, vemos o risco maior: o lixo.
Não é novidade para ninguém que este lixo vai para o mar e que os animais se alimentam dele e morrem por causa dele (a tartaruga come coisas que passam à sua frente); então como é que o ser humano em pleno século XXI continua fazendo isso? 
Reforçando o que já escrevi em outro artigo, entendo que em grande parte é pela falta de educação familiar (escolas há muito tempo ensinam sobre o meio ambiente) que, na sua ausência, de nada adianta a criança ver e ouvir na escolinha sobre a proteção ao meio ambiente se os pais jogam lixo pela janela do carro, se desperdiçam um absurdo de água e se na praia deixam lixo na areia. A criança seguirá o “exemplo” dos pais e o perverso círculo vicioso seguirá.
Muito embora esses trágicos comportamentos ainda sigam sendo praticados, por outro lado deve ser destacado que a consciência ambiental social cresceu muito nas últimas décadas (na infância da minha geração não se falava em “preservar o meio ambiente”), tanto que chegou às organizações que têm buscado cada vez mais conformarem suas práticas com a preservação ambiental, inclusive utilizando-se de matérias-primas que não sejam derivadas de agressão ambiental, pois já há algum tempo existem consumidores (sobretudo das novas gerações) que se recusam a adquirir produtos de empresas que não respeitem o meio ambiente e que não comprovem que o respeitem, tanto que recentemente foram criados novos “selos verdes” (como tratado por outro colega em outro artigo) a serem fixados em produtos de empresas brasileiras conscientizadas de seu papel, também de defesa ambiental (o “E” - environment – meio ambiente) do ESG.
De agora em diante, e sim, por causa da tartaruga, buscarei ser mais consciente ainda sobre a defesa ambiental, inclusive com relação à compra de produtos em geral.
Quem aí topa mergulhar e nadar ao meu lado e ao da tartaruga?
 

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