O que esperar do mercado imobiliário em 2021?

Bruna Melo

COLUNA - Bruna Melo

Data 03/01/2021
Horário 06:45

Todo final de ano é a mesma coisa. Avaliar e refletir sobre o que foi feito no ano que passou e fazer planos para o ano que se aproxima é prática comum em toda parte do mundo. E o mercado imobiliário foi um dos segmentos que passou por diversas alterações e adaptações durante à nova realidade pandêmica. Diante desse cenário extremamente novo e repentino, o que podemos esperar para o mercado imobiliário em 2021?
A expectativa é que a sociedade possa voltar ao normal, ou ao novo normal, com a vacinação em massa que deve ocorrer durante todo ano de 2021. Tal perspectiva favorável gera uma maior segurança para a economia e confiança para a população, pela manutenção e criação de postos de trabalho.
Conforme dados disponibilizados pela Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), o mercado se comportou muito bem no ano de 2020 mesmo com o fator pandemia: foram R$ 92,6 bilhões em financiamento de janeiro a outubro, que corresponde a aumento de 100% comparado ao mesmo período de 2018. No acumulado de nove meses do ano, as vendas estão 20% maiores do que no mesmo período do ano passado (2019). E estes bons números devem permanecer em 2021.
Os bons números do mercado imobiliário em 2020 em parte são resultantes do deslocando do capital investido em outros setores para o ramo de imóveis (seguro comparado à bolsa de valores e mais rentável que aplicações financeiras bancárias) e parte pelos mecanismos de fomento do governo para estimular a economia nacional. Mesmo assim houve uma demanda reprimida, pois, várias famílias ligaram o pisca alerta diante da possibilidade de perder empregos e endividamento, mas com a economia mais estável haverá mais confiança para aquisição de imóveis. 
Uma perspectiva para o mercado imobiliário em 2021 é a atração de pessoas que possuem investimentos em renda variável. A Taxa Selic tem prejudicado esse tipo de investimento, que vem diminuindo. Há uma projeção para um leve aumento da taxa Selic, mesmo assim a rentabilidade ficará abaixo dos ânimos para o setor. 
A pandemia fez o brasileiro refletir e mudar hábitos de consumo, inclusive no que diz ao produto imobiliário. O fato de passar maior tempo em casa gerou uma valorização do lar, fazendo com que surgissem novas demandas e novos questionamentos. É comum a procura por condomínios completos em lazer e residências mais conectadas às áreas verdes. A casa de veraneio para muitos se tornou a principal, pois a adequação da sociedade ao home office é uma realidade e ao novo normal. Podemos dizer que houve um êxodo populacional dos grandes centros para as cidades menores, com melhor qualidade de vida e menor custo. Essa mudança de consumo deve se manter para os próximos anos.
O mercado imobiliário em 2020 funcionou como arrimo para a economia não colapsar e deve permanecer como fator positivo para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2021. Há grandes questionamentos sobre o preço da matéria prima da construção civil como cimento, ferro e tijolo, se em 2021 irá continuar aumentando ou se vai normalizar. O preço retrata a lei da oferta e da procura, porém, há uma tendência em diminuir, pois no ano de 2020 houve a escassez de matéria prima para indústrias e diminuição da produção diante do isolamento social e outras medidas restritivas. 
O mercado imobiliário continua sendo uma aposta para muitos que desejam tranquilidade e rentabilidade com taxa de retorno superior às aplicações bancárias que não se mostram atualmente uma boa opção. Uma dica para quem quer se inteirar e conectar com o ecossistema imobiliário é o Programa Urbanize, que será transmitido na Band aos sábados às 10h30, a partir de fevereiro.
 

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