Rico come picanha. Pobre come picadinho. Rico come patê de ganso. Pobre come moela de frango, que também pode ser moela de franga, de galinha e até de galo índio morto em rinha. Rico come queijo francês e, ainda neste campo da culinária, pobre come queijo produzido no sítio do compadre.
Rico come salmão. Pobre come sardinha, mas, cá entre nós, a sardinha é mais saudável. Rico come rã à dorê. Pobre engole sapo a vida inteira.
Rico compra celular de última geração à vista. Pobre também compra o mesmo celular em "suaves" prestações mensais. Rico nada em dinheiro e não se afoga. Pobre nada em meio às contas de água, luz, telefone e o escambau.
Rico esquia. Pobre se arrepia. Rico tem bons advogados. Pobre conta com a Defensoria Pública. Rico tem bons médicos. Pobre tem o SUS (ainda bem, grande SUS). Rico vota em rico. Pobre também vota em rico em qualquer eleição.
Rico usa ternos bem cortados, feitos por alfaiates que atendem grã-finos. Pobre usa bermuda ou terninho vagabundo com paletó lascado atrás. Rico nem sempre é terno. Pobre também não (falo do quesito afeto ou amizade).
Rico tem cavalo de raça. Pobre tem pangaré. Rico viaja pro exterior quase todo ano ou quase todo mês. Pobre também viaja pro exterior e paga a viagem em "suaves" prestações mensais. Rico se hospeda em hotel de luxo. Pobre se hospeda em pousada ou em quarto alugado (no caso de viagem).
Rico, em especial o novo rico, parece que está mais para brega e cafona do que para cavalheiro sofisticado, que aprecia artes, literatura e boa música. Pobre, em sua maioria, não é diferente. Também é brega e cafona e o que é pior: tem o bolso mais vazio do que estômago de anoréxico.
DROPS
Semipresidencialismo, é bom avisar, tem nome: é golpe.
Casamento: o que Deus uniu o "vira e mexe" não separe.
Com esse preço, a gasolina será vendida a conta-gotas.
Do jeito que a coisa vai pobre vai acabar reutilizando coador de café.
