Imaginem um dos melhores jogadores de futebol correndo em direção à área, onde ele observa a bola sendo lançada para ele fazer um gol de cabeça. Neste momento, com um simples olhar, seu cérebro, em milésimos de segundo, já calculou a velocidade da bola, a velocidade de seu corpo, sua distância do gol, a distância e velocidade dos zagueiros, o momento certo e quantidade de força nos músculos para saltar e cabecear a bola, que deve atingir o ponto exato em sua cabeça e direcioná-la ao gol, com velocidade e local específico, onde o goleiro não conseguirá defendê-la (seu cérebro também calculou a movimentação máxima do goleiro).
Quando nos deparamos com pessoas que foram destaques em suas atividades (como Pelé, Ayrton Senna, etc), a primeira impressão que vem em nossas mentes é que estas pessoas foram “iluminadas” por Deus, ou “nasceram” prontas para aquele esporte que se destacaram.
Mas não é bem assim. Um estudo realizado por um professor de academia de música em Berlim com violinistas demonstrou que a dedicação desde criança é o grande diferencial. Na ocasião, ele separou os alunos de violinistas em três grupos. O primeiro, que teria nível internacional; o segundo, considerados excelentes, mas não chegariam a ter sucesso internacional; e o terceiro, onde dificilmente chegariam a profissional, mas tinham conhecimento e talento suficientes para serem bons professores de música. De qualquer forma, todos tinham habilidades excepcionais, pois conseguiram entrar numa instituição exigente, já que todos iniciaram a tocar o referido instrumento mais ou menos com a mesma faixa etária, em torno de 5 anos.
O estudo revelou que o primeiro grupo tinha totalizado 10 mil horas de treinamento. O segundo grupo, em torno de 8 mil horas, e o terceiro grupo, aproximadamente 4 mil horas. A partir deste estudo, estenderam pesquisas para outras áreas, como escritores, jogadores de xadrez, tenistas, ginastas, cirurgiões, e todos aqueles que estavam em destaque nas referidas profissões chegaram as número mágico das 10 mil horas, o equivalente a 3 horas por dia ou 20 horas semanais.
A pesquisa nos mostrou que as 10 mil horas são o tempo mínimo necessário para que o nosso cérebro assimile toda informação e conhecimento para atingirmos a inquestionável destreza em uma determinada área de talento específico. Talvez algumas pessoas possam ter maior facilidade, mas não lhes isentam da dedicação e esforço.
Desta forma, não há como ter sucesso, a realização de um sonho, sem dedicação. São necessários disciplina e anos de estudos e/ou treinamentos, para que possamos no futuro, ser uma pessoa de destaque no ramo que escolhermos. Para quem alcançar o nível de excelência, terá seu lugar garantido, qualquer que seja a profissão escolhida.
Então, você que almeja no futuro a aprovação em concurso público, ser um jogador profissional, um excelente cirurgião, etc, saiba que terá um longo caminho pela frente (10 mil horas de dedicação). Muitos desistirão pelo caminho, mas você poderá alcançá-la e fazer a diferença, pois o talento está dentro você. O segredo é se você irá cultivá-la ou não.
