O verdadeiro poder do erro

OPINIÃO - Walter Roque Gonçalves

Data 03/09/2022
Horário 05:00

O engano, equívoco, julgamentos que não condizem com a realidade fazem parte da natureza do ser humano, pois não se nasce pronto. O processo de crescimento, desenvolvimento e evolução exigem erros e acertos no caminho da construção de um ser humano realizado. Os erros obviamente podem ser confrontados com acertos, no entanto, nem sempre recebem o mesmo tratamento, é o que dizem os ditados populares: “De nada vale seus mil acertos se sempre será julgado por somente um erro” (André da Silva Franco); “99 acertos nenhum elogio, um erro, 1000 condenações” (Vanessa Pimentel).
A cultura do erro está arraigada na sociedade e tem sido um considerável obstáculo no desafio de atingir metas, motivar pessoas e conquistar a colaboração das equipes. Quando um colaborador conquista sua posição na empresa e passa a fazer parte de uma equipe de trabalho, o senso de sobrevivência é ligado automaticamente, os sentidos de alerta ficam mais aguçados e os “se’s” começam a incomodar: se eu não for bom o suficiente, decepcionar meus líderes ou mesmo perder meu emprego? 
Os gerentes, supervisores e coordenadores trabalham para que a empresa funcione com níveis cada vez melhores de eficiência e assertividade. Desta forma, é natural que “chamem atenção”, ou melhor, orientem seus funcionários quando há erros a serem corrigidos. Este processo se torna delicado quando os funcionários estão em estado de alerta e com medo de serem subjugados. Uma palavra, gesto ou tom de voz mal colocado pode gerar efeito oposto ao desejado: ao invés do colaborar, entender a abordagem como oportunidade de melhorias e fora da esfera pessoal, pode se sentir inferiorizado e perder a motivação, empenho e compromisso no trabalho por um bom tempo.
Da mesma forma que o erro tem poder de desmotivar uma pessoa, também pode fortalecê-la! Em um ambiente de inovação, os erros são bem-vindos e são tratados como oportunidades de melhoria, crescimento e aprendizado. Para o gestor “virar esta chave” na cultura do erro na empresa, é preciso tomar cuidado especial na forma de “chamar a atenção” dos funcionários. Primeiro é preciso certificar-se que a percepção sobre o erro é a correta e depois entregar as oportunidades de melhoria através de orientações. E, por que não deixar claro a carga de acertos que o funcionário carrega antes de apontar o erro a ser corrigido? É neste caminho que o verdadeiro poder do erro é revelado!

 

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