Oeste paulista é tema de exposição fotográfica

De acordo com ele, o oeste paulista foi a última região ocupada do Estado, e de uma maneira muito peculiar com relação a outras regiões.

VARIEDADES - DA REDAÇÃO

Data 30/10/2013
Horário 07:28
 

Parte da história do oeste paulista registrada em mais 500 imagens, fruto de pesquisa que durou quase um ano, além de oito meses de produção. Esse é o resultado do trabalho "Oeste Paulista Iconografia Contemporânea" do fotógrafo Paulo Brazyl. O vernissage da exposição ocorreu segunda-feira à noite, no Espaço Cultural Prof. Agripino e faz parte do novo projeto de extensão "Curadoria e Monitoria para Exposição de Artes Visuais", mantido pela Faculdade de Ciências, Letras e Educação (Faclepp) da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste).

Jornal O Imparcial Vernissage contou com a presença do autor, Paulo Brazyl

O projeto foi premiado pelo edital 21/2011 do Programa de Ação Cultural (ProAC) da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo e apresenta o contemporâneo da região oeste do Estado em mais de 100 imagens destacando os "pioneiros", "santos ofícios", "paisagem rural" e paisagem urbana".

Para o autor, a obra está inacabada por causa do cronograma apertado do edital. "Não cobri nem metade da região, acho que precisaria de uns dois anos para isso. O oeste paulista é uma região rica, a diversidade é grande, muito interessante e é somente uma pequena amostragem. A gente sabe que é muito mais do que isso, eu tenho interesse em dar continuar ao trabalho que é muito bacana".

Brazyl explica que sua prioridade foi levar ao público uma realidade da região que é muito pouca observada. Sobretudo, o projeto original já valorizava a figura do ser humano. "Eu quis priorizar a presença da figura humana tanto na geografia rural e urbana quanto na intervenção do homem nessa região".

De acordo com ele, o oeste paulista foi a última região ocupada do Estado, e de uma maneira muito peculiar com relação a outras regiões. De uma ocupação inicial realizada pelos bandeirantes e da orientação das formações das colônias dos europeus, sua pesquisa demonstra que a região recebeu a influência do imigrante nordestino e de uma população litorânea, por conta da influência da bacia dos rios. "A colonização do oeste paulista tem um tempero diferente das outras regiões do Estado, principalmente por causa da diversidade humana que veio para a região", enfatiza.

O projeto circulou por 15 cidades da região, sendo que passou por três instituições de ensino superior. A Unoeste é a quarta a receber a mostra. Brazyl destaca que o projeto é interessante para o meio acadêmico pela carência de materiais para pesquisa.

Conforme ele, se o aluno precisar se orientar por imagens, existe muito pouco material disponível. "Não que não haja, pelo contrário, existe muito material. Eu andei, circulei, tive acesso a muita coisa de acervo pessoal ou de acervo dos próprios municípios, mas isso não está organizado e, por isso, é difícil acessar como referencial de pesquisa ou para observação", diz.

 

Opinião


A diretora da Faclepp, Alba Regina Azevedo Arana, falou que a universidade se sente honrada por receber essa exposição e necessita desses momentos de reflexão sobre o papel da arte na sociedade e na vida acadêmica. "Alguns alunos não são daqui, mas mesmo assim, eles se encontraram nessa série de imagens sobre a região", observa.

Como geógrafa, Arana falou da importância desse trabalho que dá noção do espaço que as pessoas ocupam na região. "As pessoas estão representadas em todos os sentidos, todos na universidade vão poder apreciar esse trabalho tão maravilhoso".

A acadêmica do 2º termo de Artes Visuais, Ana Flávia Ribeiro Maranha, trabalha no projeto social Pró-Criança, em Narandiba. De acordo com ela, da Unoeste, a exposição vai para a sua cidade e vai valorizar a inauguração da nova biblioteca municipal. "Achei interessante o autorretrato do oeste paulista. Para os estudantes mais jovens, é muito importante, pois muitas coisas que estamos vendo aqui, na cidade deles não existem, além disso, eles pode ver como são ou como já foram", comenta.

"A iconografia é uma documentação por meio de imagem, que também é um texto pra ser lido e traz em si não só um conteúdo histórico e informativo, mas, sobretudo, um conteúdo próprio da arte. Tem muita relação com nossas áreas de estudo, seja na área linguística ou na própria literatura que permite esse viés artístico. São imagens belíssimas, resgatam personagens, histórias, e ao mesmo tempo enaltece a contemporaneidade da região", resume André Luiz Manoel Machado, do 4º termo de Letras.

Em seu discurso, a docente Edda Provana, coordenadora do projeto, agradeceu ao grupo de acadêmicos pelo suporte em toda a montagem da exposição. "Espero que o número de alunos participando desse e de outros projetos cresçam, tanto em pesquisa quanto na extensão. Essa é uma parte muito gostosa da universidade, possibilita ampliar nossos conhecimentos", finalizou. 

Serviço

AOS INTERESSADOS


A exposição permanece na Unoeste até o dia 30 de novembro. A visitação é aberta ao público e gratuita, no bloco A, campus I. Mais informações na secretaria da Faclepp pelo telefone 3229-1098.
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