Oficinas Culturais são fechadas no interior do Estado de São Paulo: Presidente Prudente é um dos municípios da lista. Isso depois de corte de parcerias em eventos culturais históricos, como o Fentepp (Festival Nacional de Teatro de Presidente Prudente) em 2016, fechamento de vários polos do Projeto Guri, um deles na região de Prudente confirmado, em Santo Anastácio e agora esta notícia: o fechamento de todas as oficinas culturais do interior paulista, inclusive a unidade atuante há 25 anos no município, Oficina Cultural Timochenco Wehbi – unidade do Programa Oficinas Culturais do Estado, gerenciado pela Organização Social Poiesis – Instituto de Apoio à Cultura, à Língua e à Literatura. A repercussão de pessoas envolvidas na cultura, como profissionais que ministram os cursos, funcionários, artistas e usuários têm sido significativa nas redes sociais.

Oficina de argila foi um dos cursos oferecidos pela unidade
A reportagem falou com o coordenador da unidade prudentina, Roberto Echeverria, que expôs que somente neste ano, 3.098 participantes da cidade e região foram beneficiados nas 92 atividades oferecidas. Segundo ele a triste notícia chegou na semana passada quando estavam em processo de conclusão da programação de 2017. "A informação do fechamento veio na quarta-feira . Na quinta fomos à Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo onde estiveram também coordenadores de Santos, Sorocaba, entre outros. A justificativa para tal foi simples: não há dinheiro... No ano passado já haviam sido fechadas oito unidades. Agora foram mantidas apenas as quatro oficinas culturais da capital. Perdemos. Infelizmente é uma perda grande", lamentou o coordenador prudentino da Timochenco Webbi.
José Fábio Sousa Nougueira,
chefe da Secult (Secretaria Municipal de Cultura) também se posicionou.
"Sobre o Projeto Guri e as Oficinas Culturais, eu torço para que exista uma outra saída. Que prevaleça o bom senso por parte da SEC, e, que juntamente com os gestores municipais, se encontre uma solução menos agressiva", pontuou o secretário.
O Estado Responde
De acordo com a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, o programa Oficinas Culturais continuará proporcionando oportunidades de formação gratuita em todo o Estado de São Paulo. Passando "apenas por uma mudança administrativa, que tem justamente o objetivo de gerar economia de recursos, sem prejudicar o atendimento à população. Em vez de gerido por uma Organização Social, no caso a Poiesis, o programa passará a ser realizado em espaços municipais e em convênio com as prefeituras, que conhecem melhor do que ninguém a cultura e as necessidades locais. Além dos cursos artísticos, a intenção da SEC é também oferecer cursos de formação profissional para o setor".
Conforme a Secom (Secretaria Municipal de Comunicação) esta sugestão foi feita no passado, mas o Estado não se manifestou. "Tudo depende do repasse do governo estadual ao município, que não tem condições de arcar com eventuais oficinas hoje mantidas pelo Estado".
Poiesis
A reportagem também acionou a Poiesis, a fim de saber como fica a situação dos funcionários que atuam na unidade e que já estão inclusive cumprindo aviso prévio, a resposta foi que "em razão da crise nacional e consequente queda de arrecadação, o Programa Oficinas Culturais da Secretaria de Cultura do Estado, administrado pela organização, passará por um processo de reestruturação adequando-se à nova realidade orçamentária". Explica que as atividades programadas para o último trimestre de 2016 serão todas realizadas como estão anunciadas na programação de cada unidade. A partir de janeiro de 2017, o instituto vai concentrar suas atividades em programas já ofertados no interior, como o Qualificação em Teatro e Dança, Seminários de Gestão Cultural, Encontros sobre Cultura Tradicional e Contemporaneidade, os Festivais de Música Instrumental e de Literatura e nas Oficinas da Capital. "Dependendo do acordo com a prefeitura, pretendemos sim que o Festival de Música Instrumental também seja realizado em Araçatuba em 2017". Para o projeto de Qualificação em Dança e Teatro, todos os anos é realizada uma seleção de grupos a serem orientados pelo projeto por meio de edital de chamamento. Por isso, a cada ano, dependendo dos projetos propostos, diferentes municípios são atendidos.