Operação 'caixa postal' prende acusada por enviar droga sintética ao sistema prisional

Moradora de Álvares Machado, que tinha relacionamento com preso, usava dados de outros detentos e familiares para burlar a identificação em um possível flagrante

REGIÃO - ROBERTO KAWASAKI

Data 28/05/2021
Horário 11:41
Foto: Polícia Civil
Mulher residia em endereço de Álvares Machado, onde houve o cumprimento dos mandados nesta manhã
Mulher residia em endereço de Álvares Machado, onde houve o cumprimento dos mandados nesta manhã

Uma operação conjunta da Polícia Civil prendeu hoje uma mulher de 26 anos, em Álvares Machado, acusada por enviar droga para dentro do sistema prisional. Na residência dela, os policiais apreenderam três aparelhos celulares, pen drives e papéis, que aparentemente, são de entorpecente k4 - maconha sintética borrifada em folhas de papel para burlar a fiscalização. 

De acordo com o delegado Hilton Testi Renz, a indiciada, que é bacharel em Direito, tinha um relacionamento amoroso com um detento da Penitenciária de Flórida Paulista. Há aproximadamente seis meses, eles e mais dois presos tornaram-se alvos de investigação devido ao esquema que envolvia o envio de entorpecentes para dentro da unidade e posterior venda para usuários encarcerados. 

Para levar a droga, ela utilizava o serviço de entregas postais, o que explica o nome da operação, batizada de “caixa postal”.

Para evitar que ela e o companheiro fossem descobertos numa possível apreensão da droga pelos agentes penitenciários, usavam nas “encomendas” os dados de outros presos e suas famílias. Foi em uma dessas apreensões que foi dado o pontapé desta investigação. 

“Passamos a monitorar e conseguimos um vasto material de prova, que indicou que realmente encaminhava entorpecente para a penitenciária, e que utilizava o serviço dos Correios”, afirma o delegado. “Conseguimos identificar e comprovar [a ação], e também amealhar uma quantidade de provas que apontaram que ela também era responsável por fazer a contabilidade, prestação de contas de quanto recebia como pagamento do consumo da compra da droga pelos presos”, explica Renz.

Ainda, descobriu-se que a indiciada também fazia a cobrança do pagamento junto às famílias dos usuários. 


Polícia Civil - Materiais apreendidos serão periciados para prosseguimento da investigação

Operação conjunta

Depois de meses de investigação, que segundo Renz, contou com “apoio crucial” da Delegacia de Álvares Machado, devido à indiciada residir na cidade, policiais civis locais, de Flórida Paulista e DIG/Dise (Delegacia de Investigações Gerais/Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes) de Adamantina, foram ao endereço da mulher nesta manhã, onde cumpriram mandados. 

Na residência, foram apreendidas anotações referentes ao comércio de ilícito, três aparelhos celulares, pen drives e 13 folhas de papel, aparentemente, com a droga sintética k4. 

Todo o material será analisado para posterior continuidade da investigação. Além da mulher, o ex-companheiro dela e mais dois presos, que continuam no sistema penitenciário, seguem sendo alvos da investigação.

Depois de ser conduzida a Flórida Paulista, a mulher foi encaminhada à Cadeia de Dracena, onde permanece detida. 

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