Operação XIP tenta desarticular tráfico de drogas em 6 municípios

Ação da Polícia Civil cumpriu 10 mandados de busca e apreensão domiciliar e dois de prisão temporária em Emilianópolis, Bernardes, Marcondes, Anastácio, Martinópolis e Prudente

REGIÃO - DA REDAÇÃO

Data 11/11/2022
Horário 16:26
Foto: Polícia Civil
Foram apreendidos celulares, dinheiro, máquinas de cartão, munição e porções de maconha e crack 
Foram apreendidos celulares, dinheiro, máquinas de cartão, munição e porções de maconha e crack 

A Delegacia de Polícia de Emilianópolis e o CIP (Centro de Inteligência Policial) da Delegacia Seccional de Polícia de Presidente Prudente deflagram, na manhã desta sexta-feira, a 1ª fase da Operação XIP na tentativa de desarticular o tráfico de drogas em seis cidades da região: Alfredo MarcondesEmilianópolisMartinópolisPresidente Bernardes, Presidente Prudente e Santo Anastácio.
Ao todo foram cumpridos dois mandados de prisão temporária e 10 mandados de busca e apreensão domiciliar. Até o momento, três pessoas foram presas. Foram apreendidos celulares, dinheiro, máquinas de cartão, munição e entorpecentes (maconha e crack).  
Ao todo, 43 policiais civis e 12 policiais militares participaram da operação.

Semente da investigação

Segundo a Polícia Civil, policiais militares abordaram um indivíduo de 19 anos que estava acompanhado de um adolescente em aparente situação de comercialização de entorpecentes. O fato se deu no ano passado em Emilianópolis.
A partir dessa ocorrência, a delegacia local, em conjunto com o CIP da Delegacia Seccional de Prudente deu início a uma série de diligências que confirmaram a suspeita inicial quanto ao indivíduo maior de idade: confirmou-se que o jovem estaria no “corre” e teria feito uma entrega de droga minutos antes da ocasião em que foi abordado junto ao menor de idade pela PM (Polícia Militar) em 2021.

Uso de adolescentes

O delegado responsável pelas investigações, Daniel Viudes, fala sobre a artimanha utilizada pelos comerciantes ilegais de entorpecentes para escaparem da prisão em flagrante. “Acredita-se que estar na companhia de um adolescente quando da entrega de droga tem como finalidade afastar o verdadeiro traficante de eventual prisão em flagrante, quando o adolescente assumiria a propriedade de qualquer ilícito ali encontrado”, explica o delegado. 

Revenda intermunicipal

As apurações da Polícia Civil revelaram que o indivíduo de 19 anos praticava a revenda de drogas para pessoas em Emilianópolis e em outras cidades da região, como Alfredo Marcondes e Presidente Prudente.
Em um dos fios do novelo puxado pela Polícia Civil, por meio da investigação, esclareceu-se que um morador de Presidente Prudente, de 41 anos, era o responsável por fornecer drogas ao rapaz de Emilianópolis, o qual ainda durante as investigações foi preso em flagrante pela Deic (Divisão Especializada de Investigações Criminais) de Presidente Prudente.  Atualmente, o jovem está em cárcere na Penitenciária de Martinópolis.

Pagamento pelo PIX

De acordo com a Polícia Civil, a investigação forneceu subsídio para identificar a principal característica do esquema de fornecimento e revenda de drogas: o pagamento pelo PIX. 
Inúmeros comprovantes de pagamentos via PIX - provenientes de pessoas inseridas na engrenagem da comercialização ilegal de entorpecentes - foram encontrados, os quais vinculam o revendedor como beneficiário.
Segundo a corporação, foi possível compreender, a partir da apuração das informações, que essa prática era mais uma manobra instituída para que o revendedor das drogas escapasse de uma eventual prisão por tráfico de drogas, uma vez que aliada à cautela de ter a posse de modesta quantidade de entorpecente, poderia confundir a natureza da conduta e se passar como um usuário no caso de uma hipotética abordagem policial.

Prosseguimento das investigações

Conforme Viudes, em razão das prisões e apreensões de novos materiais, a diligência alcançou o esperado, sendo que a sequência dos trabalhos de inteligência policial certamente culminará em novas fases da operação.

XIP: o nome da operação

A expressão “XIP”, que dá o nome à operação, refere-se à marca PIX escrita ao contrário, em alusão ao seu uso para fins contrários à finalidade para que foi criada, já que na tentativa de não chamar atenção e gerar êxito na mercancia ilícita de drogas, o principal alvo da operação estimulava que os adquirentes de drogas procedessem ao pagamento por intermédio dessa ferramenta.

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