Comparar a qualidade de jogadores de futebol e dizer quais foram os melhores é tarefa das mais difíceis, senão impossível. E é uma das perguntas mais comuns a quem viu tantas figuras de destaque entre os melhores do mundo. Não gosto de comparações e na verdade me escuso de fazê-las sempre que posso. No meu entendimento é possível estabelecer critérios para um ranking dos maiores craques através de pontos somados em diversos itens começando por fundamentos na prática do futebol e atingindo o nível de conquistas de cada um. Mas, mesmo assim não chegaremos a uma conclusão. Existe o lado da empatia, da parcialidade, do clubismo e tanta coisa mais que impede a superposição deste em relação àquele. Mas, o mundo dos que acompanham o futebol não desiste e continua sempre fazendo comparações. Agora mesmo a conceituada revista inglesa “FourFourTwo” acaba de publicar uma relação em que estabelece segundo seus critérios aqueles que considera os 100 melhores jogadores do mundo em todos os tempos. Como essa publicação tem muito prestígio, notadamente na Europa, muitos lerão e acreditarão. Não é a primeira vez que isso ocorre e tenho certeza que nem será a última. O lamentável disso é que levanta outra vez a eterna polêmica: quem foi melhor, Pelé ou Maradona? A revista inglesa não só considera Maradona o primeiro como coloca Pelé no terceiro lugar exibindo o nome de Messi entre os dois como segundo colocado. Ora, se você perguntar para um argentino, Maradona será sempre o melhor, mas se a pergunta for dirigida a um brasileiro o nome de Pelé será consagrado. Como incluir Messi na disputa e deixar Neymar de fora é outra incongruência da publicação. Cansei de ouvir que Friedenreich foi melhor que Leônidas e que Leônidas foi melhor que Pelé. Na Argentina são muitos os que apontam Moreno como seu maior craque de todos os tempos. Normalmente quem viu Fried não viu Pelé e quem viu Moreno não viu Maradona ou Di Stéfano ou Messi. Outro detalhe: vi Pelé jogar praticamente toda sua longa carreira e sei bem o que ele sabia fazer. Mas, Maradona só vi em poucas ocasiões e o mesmo posso dizer que Messi só vi pela televisão. Essas comparações servem para vender jornais ou revistas, agitar noticiários, provocar polêmicas, mas na verdade são comparações impossíveis de encontrar exatidão científica ou matemática. De minha parte continuarei sendo Pelé, mas agregando tudo isso que escrevi. Raciocínio simples: quando alguém ganhar 3 Copas do Mundo e fizer mais de 1.200 gols na carreira aceitarei uma comparação mais acurada.
