Pais temem possível troca e paralisação de professores

Prefeitura de Prudente rompeu convênio com o Ciop, destinado à administração de 3 escolas municipais; servidores podem parar atividades hoje

PRUDENTE - THIAGO MORELLO

Data 29/11/2018
Horário 04:44
Marcio Oliveira - Gracielle considera ensino avançado e teme pela troca de professor
Marcio Oliveira - Gracielle considera ensino avançado e teme pela troca de professor

No início do mês, a Prefeitura de Presidente Prudente anunciou a não renovação de um contrato com o Ciop (Consórcio Intermunicipal do Oeste Paulista), destinado à administração de três escolas municipais. O cenário incerto para quem atua nesses locais, 138 servidores públicos, também gerou insegurança por parte dos pais que possuem filhos matriculados nessas instituições de ensino, pela possibilidade de existir a troca de professores e demais funcionários. Fora isso, os rumores de uma possível paralisação marcada para hoje, por parte dos profissionais, preocupa quem tem de deixar os filhos no local.

Como apurado pela reportagem, a possibilidade de desligamento gerou receio aos servidores públicos que atuam nas três escolas, possibilitando o não cumprimento do expediente como uma forma de protesto. É válido lembrar que, como noticiado por esse diário, a não renovação dos contratos desencadearia a dispensa de 138 servidores públicos, que podem ser absorvidos ou não pela nova empresa que ficará à frente dos locais.

E de acordo com o Ciop, bem como confirmado pela Prefeitura, as escolas municipais atingidas são: Carla Simone da Silva Alves, localizada no Residencial Monte Carlo; Professora Eliana Tadioto Araújo, no Residencial Cremonezzi; e Sylvia Marlene Pereira Faustino, no Conjunto Habitacional João Domingos Neto.

Em uma dessas escolas está a filha da Cinthia Oliveira Ruiz, mais precisamente na Professora Eliana Tadioto Araújo. À reportagem, ela conta que existe sim um temor pela paralisação, pois muitos pais precisam deixar os filhos nos locais para trabalhar, além da perda de aula que por si só afetaria os alunos. “Mas o que mais incomoda é essa possibilidade de ano que vem os professores não serem os mesmos. A qualidade no atendimento dos profissionais é tão grande que não queremos perder”, pontua.

A situação gerou até a elaboração de um abaixo-assinado, que teve a assinatura de Cinthia e de Gracielle Nunes Tonietti. A ideia com o documento era despertar uma mobilização que pudesse ser utilizada como engajamento para a manutenção do contrato. “É uma situação que preocupa muito, pois isso pode refletir até mesmo na qualidade do ensino e no acompanhamento dos alunos. Nossos filhos têm aprendido bem e hoje parecem estar avançados. Isso tem que continuar”, lamenta.

Aviso prévio

Ainda ontem, o Ciop iniciou a entrega do aviso prévio dos profissionais. Segundo o diretor do consórcio, Carlos Vreche, a primeira escola foi a do Residencial Cremonezzi. “Pouco a pouco, as documentações serão assinadas”, completa o representante, que não deixa de destacar o efetivo da entidade em tentar manter o contrato, que, de acordo com ele, poderia ser renovado por mais um ano, porém, não obteve sucesso.

Como noticiado por esse diário, a administração municipal adiantou anteriormente que a Seduc (Secretaria Municipal de Educação) solicitou a não renovação do contrato com o Ciop, “em virtude de apontamentos do Tribunal de Contas do Estado [TCE], quanto ao limite de gastos com folha de pagamento”. Sendo assim, a administração das unidades escolares será transferida para entidades filantrópicas “de comprovada competência na gestão escolar”, ressaltou o Executivo na época.

Novamente questionada, mas desta vez sobre a possibilidade de não ter expediente, a municipalidade deixou claro que “não recebeu nenhum comunicado oficial sobre eventual paralisação de professores”, mas, caso ocorra, “irá analisar as providências cabíveis”. A Prefeitura informou que cada local atende aproximadamente 150 alunos.

Por sua vez, o diretor do Ciop ressaltou que também não recebeu informações, mas, caso haja paralisação, é um direito dos profissionais, e a entidade não poderia intervir. O contrato com as escolas vence no dia 30 de dezembro, e teve duração de dois anos.

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