Abandonar cães e gatos causa muitos transtornos para os animais. Quando isso ocorre próximo a rodovias, onde há circulação de veículos em alta velocidade, as consequências podem ser ainda mais graves. A Artesp (Agência Reguladora de Transportes do Estado de São Paulo) e concessionárias que administram rodovias paulistas se uniram para conscientizar sobre o não abandono dos animais. A iniciativa já contribuiu para a redução de 5% das ocorrências nos 8,3 mil quilômetros de concessão.
Conforme a Artesp, períodos como feriados prolongados e festas de fim de ano possuem maior incidência de casos de abandono. Ainda conforme a agência, apenas em 2017 foram encontrados 15.268 gatos e cachorros mortos nas rodovias paulistas administradas por concessionárias da administração.
De acordo com a responsável pela fiscalização e denúncias da ONG (organização não governamental) SPAA (Sociedade Protetora dos Animais Abandonados de Presidente Prudente), Vanilde Orbolato de Souza, nos últimos oito meses não foram constatados casos de abandono pela instituição. “Acredito que as pessoas, aos poucos, estão se conscientizando, devido a inúmeras campanhas e ao uso de leis mais severas para a proteção dos animais”, ressalta.
No entanto, Vanilde recorda de um caso que ocorreu há cerca de um ano, no qual a ONG fez a apreensão de cinco animais que haviam sido abandonados em uma rodovia da cidade. Logo após, eles foram levados ao veterinário e se encontravam desnutridos e em estado crítico de saúde. “Um dos cachorros tinha um chip, mas estava com erros, e não foi possível achar os donos. Depois disso, eu consegui localizá-los por contra própria”, explica. Vanilde ainda afirma que a proprietária dos animais não tinha conhecimento do que havia ocorrido e se encontrava hospitalizada, e que ainda havia sido um parente da mesma que tinha abandonado os cachorros. “Trata-se de um ato desumano”, acrescenta.
Segundo o veterinário Marco Aurélio Dias Batista, ao encontrar algum animal nestas condições na rodovia, o melhor a ser feito é tomar cuidado para não espantá-lo para o meio da pista e tentar recolhê-lo. Outra opção é também tentar conduzi-lo para o acostamento e chamá-lo com atrativos e aperitivos. “Se perceber que o animal for um pouco arisco, o ideal é recolhê-lo com o uso de uma toalha ou um cobertor, para evitar mordidas”, explica. Após isso, o animal deverá ser encaminhado para uma clínica veterinária, para identificar se o mesmo faz o uso de chip. Caso não haja a vontade de adotar o animal, o ideal é doá-lo.
Cart
Em nota, a Cart (Concessionário Auto Raposo Tavares) informa que monitora as rodovias que administra e mantém um programa de captura e apreensão de animais encontrados dentro da faixa de domínio. Além disso, a concessionaria diz que possui o trabalho de operadores viários, que percorrem as rodovias 24h por dia, e são treinados para realizar a captura dos animais, com o objetivo de evitar atropelamentos e acidentes provocados por animais na pista.
Segundo o gerente de operações da Cart, Luis Santos, a maioria das ocorrências com animais domésticos é registrada nos trechos urbanos. “A orientação é que os tutores de animais cuidem bem de seus bichinhos, mantendo-os em segurança, sempre verificando se o portão está fechado depois de sair de casa para evitar a fuga do animal. E, principalmente, refletir sobre a responsabilidade de assumir a tutela de um pet antes de decidir adotar um”, afirma.
SAIBA MAIS
O abandono de animais é caracterizado como crime, previsto na Lei de Crimes Ambientais 9605/98. De acordo com o delegado da Seccional de Presidente Prudente, Claudinei Alves, a lei prevê punição de detenção de três meses a um ano, mais multa estipulada pelo juiz.
QUANDO IDENTIFICAR ANIMAIS NA PISTA
Fonte: Artesp
