Presidente Prudente não é das cidades mais velhas do país, nem do Estado de São Paulo. Para fins comparativos, a mais antiga do Brasil é São Vicente (SP), com 488 anos. Pode-se dizer que com seus 103 anos, a capital do oeste paulista ainda é menina, mas tem história para contar. Viveu o tempo do desbravamento, do café, do algodão, dos coronéis, dos empresários, da inovação. A capital do oeste paulista não é gente e não pode falar, mas conta sua evolução a partir de seu patrimônio arquitetônico, arqueológico, turístico e afins.
Deste tempo, traz preservadas algumas lembranças. De acordo com a diretora do Museu e Arquivo Histórico Municipal Prefeito Antônio Sandoval Netto, Valentina Terescova Romeiro Flores, são tombados pelo Comudephaat (Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico) de Presidente Prudente os seguintes patrimônios: o Bebedouro de Animais, no canteiro da Avenida Washington Luiz próximo à Estação Ferroviária; a Mata do Furquim; as edificações do Matarazzo; a edificação do Museu; a figueira da Rua Bela; as edificações da chaminé da Sanbra (Sociedade Algodoeira do Nordeste Brasileiro); a Feira LiAvenida Manoel Goulart; a edificação do Centro de Eventos IBC (Instituto Brasileiro do Café); a Escola Municipal de Artes Professora Jupyra Cunha Marcondes; e a área do Parque dos Girassóis com vestígios paleontológicos.
“Guardar a memória e a história da nossa formação é importante. É a partir dela que podemos construir o futuro”, salienta a presidente do Comudephaat, a arquiteta e urbanista Cristiana Pasquini, 47 anos.
De acordo com Cristiana, que é presidente desde o mês de julho deste ano, o conselho foi reativado recentemente. Ela está certa de que Presidente Prudente tem um grande patrimônio edificado e imaterial que merece e precisa ser preservado para contar a sua história às gerações futuras. É por isso que, depois de um longo período parado, o conselho tem realizado levantamento dos patrimônios da cidade que o Comudephaat trabalhará para que sejam tombados. “Apresentaremos esse levantamento futuramente”, explica a presidente.
Ela afirma que o município deve dispor de mais espaços preservados, mas ressalta que a burocracia e a forma como o conselho é instituído atrapalha, causando um grande atraso no processo e sua queda no esquecimento. “Dependemos de várias questões, uma delas é revisarmos os modelos e análises das solicitações de tombamento – um corpo técnico de análise seria importantíssimo como voz ativa para, efetivamente, fazer valer questões dessa natureza. Infelizmente, o tombamento é burocrático e leva tempo, pois o Comudephaat é um conselho ainda consultivo, dependendo da aprovação dos projetos de tombamento e análise de diversas secretarias da Prefeitura e do poder público”, explica Cristiana.
“Guardar a memória e a história da nossa formação é importante. É a partir dela que podemos construir o futuro”
Cristiana Pasquini
Foto – Cedida
Cristiana assumiu a presidência do conselho em julho, com proposta de retomada
Fotos – Arquivo
IBC demonstra parte da história do cultivo de café no oeste do Estado de São Paulo
Mais que tombado, o Matarazzo é, atualmente, o maior centro cultural da região
Bebedouro está próximo do marco zero da origem de Presidente Prudente