Pecuária marca PP como força de trabalho

PRUDENTE - OSLAINE SILVA

Data 14/09/2017
Horário 13:40

O historiador Ronaldo Macedo enfatiza que, diferente do que muitos comentam, a pecuária não chegou a Presidente Prudente na década de 1970. Ela sempre esteve presente, como força de trabalho, subsidiária, com o leite, ou seja, vem subjacente com seu ciclo, acentuado nos anos 60, 70 e 80, tanto que a bandeira do município até mudou sua cara nesse momento, com o boi. Aí vem os frigoríficos, curtumes, grandes indústrias, mas também foi um ciclo curto, até os anos 1990, quando migra para o Mato Grosso. “Isso porque Prudente não é uma cidade industrial. Até tem indústrias, mas familiares. Bebida, massas e alimentícias, condimentos, mas grandes empreendimentos não têm. Até teve, a Cica, em determinado momento, mas ela também sofreu com a praga do tomate, a produção caiu e também trabalhava com subsídios do governo federal, que assim que terminou, foi embora”, expõe Ronaldo.

E complementa mencionando a Vitapeli, por exemplo, que já não mais trabalha com a selaria, com o sapato para trabalhar na roça, mas sim com o couro fino para exportação, que também é familiar. A Funada, que exporta para o Japão, mas não chega a São Paulo, pelo bloqueio das maiores. A Liane, que também vai até uma certa região, mas não avança. “São indústrias localizadas e não de alcance nacional, como as automobilísticas. E não porque a região não comporta, mas por falta de incentivo”, enfatiza o estudioso.

O que se vê hoje em Prudente, segundo Ronaldo, é o comércio de grandes supermercados, além de dois shoppings. Ele diz que o comércio da cidade era “muito provinciano, com pouca inovação”. O calçadão, por exemplo, quando foi criado, foi uma “guerra”, porque os comerciantes eram contra, porque acreditavam que aquilo tiraria o público deles, comprometeria a circulação de veículos. Só que eles viram que, ao invés de veículos, multiplicou a circulação de pessoas. “A ideia era de o calçadão ser nas ruas Barão do Rio Branco e Tenente Nicolau Maffei, esta que, em 1979, a Prefeitura fez o projeto-piloto. Os comerciantes, percebendo que era muito interessante, queriam a Barão também, mas aí a administração municipal disse que não, porque aí sim iria complicar o trânsito”, denota Ronaldo.

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