Em documento com reconhecimento de autenticidade pelo 4º Tabelião de Notas, o comerciário que foi candidato a vereador, Eudes Elias da Silva (Avante), solicita a cassação imediata da vereadora Miriam Brandão Ribeiro (Patriota).
O Plantão recebeu cópia do documento destinado ao presidente da Câmara Municipal de Presidente Prudente, Demerson Dias (PSB), e também ao Ministério Público do Estado de São Paulo e à executiva municipal do partido Patriota.
O Plantão falou com Miriam que disse, na tarde de ontem, saber apenas por boatos e afirmou estar tranquila por ter recebido a vacina dentro do calendário de profissionais. A acusação é de ter furado a fila de prioridade da vacinação contra a Covid-19.
A argumentação que sustenta o pedido de cassação do mandato é de quebra do decoro parlamentar e corrupção ao Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19. Fato ocorrido no dia 5 de março e postado pela vereadora em seu perfil no Facebook.
A argumentação é de que a assistente social Miriam não está na linha de frente contra a pandemia; que trabalhos voluntários não justificam e que estão suspensos; e que não tem idade suficiente (pouco mais de 50 anos) para ser imunizada neste momento.
Além de decoro parlamentar, o documento assinado por Eudes Elias da Silva diz que ocorreu descaso à saúde pública; infração de plano de imunização; peculato de vacinas; e também corrupção no plano de imunização.
O Plantão falou com Eudes, o neto do professor Agenor Elias da Silva (de saudosa memória), que há muitos anos foi candidato a prefeito em Prudente, para saber a motivação. Ele disse que não é política e nem pessoal; apenas um ato de cidadania.
Por ser do Avante, não é suplente de Miriam, e mesmo que fosse, a votação que Eudes obteve não lhe daria essa condição: 481 votos. O suplente é Paulo Fernando Ribeiro, mais conhecido como Paulo do Imperial, que obteve 1.105 votos pelo Patriota.
Por curiosidade: foi na condição de presidente da Associação de Moradores do Parque Imperial, que Paulo solicitou da Câmara, no ano passado, a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Transparência do Transporte Coletivo.
O pedido de cassação do mandato da vereadora enseja a exposição deste contexto, até para dizer que, na conversa com o Plantão, ela se manifestou com absoluta tranquilidade, a mesma demonstrada em sua boa postura na Câmara Municipal.
Do ponto de vista da prática jornalística, esse é o tipo de assunto que comporta mídia nacional diante do fato de uma vereadora ser acusada ou denunciada de furar fila da vacinação contra a Covid-19.
Do ponto de vista dos fatos, é possível que Miriam se manifeste ainda hoje e que Demerson se posicione aconselhado pelo jurídico da Câmara. Ao Patriota cabe amparar a vereadora. Restará saber qual será o entendimento do Ministério Público.
