Pelos caminhos da Rússia

Charanga Domingueira

COLUNA - Charanga Domingueira

Data 11/06/2018
Horário 09:20

É muito pequena, quase insignificante, a participação do Egito no futebol mundial. Na África ele se sobressai e tem diversos títulos da Copa Africana de Nações. Já transmiti uma partida diretamente do Cairo, a confusa capital do Egito, onde o trânsito é uma verdadeira barbaridade. Foi uma partida da seleção brasileira no distante ano de 1963 e na inauguração de um estádio moderno que ficava já no meio da areia do deserto, ao norte do Cairo. Lembro-me que o Brasil ganhou por 1 a 0, gol do paraense Quarentinha e que Pelé e Garrincha entraram em campo levando num carrinho de mão uma saca de café, que se dizia, do Brasil, mas que fora emprestada na Embaixada da Colômbia porque na do Brasil não havia o produto.

Mas, a esperança africana era até outro dia um jogador egípcio da atualidade e que fez um grande sucesso na Liga dos Campeões da Europa. Falo de Mohamed Salah, o centroavante ou meia-atacante do Liverpoool. É um craque de verdade. Como característica: Salah é muçulmano praticante e toda vez que faz um gol se ajoelha em direção à Meca e beija o solo. Para atestar o seu prestígio em seu país, nas últimas eleições presidenciais no Egito, sem ser candidato a nada, Salah recebeu 5% dos votos para presidente do Egito.

Salah participa de movimentos sociais de ajuda aos necessitados e doa parte de seu imenso salário para campanhas humanitárias. Uma figura positiva no futebol de um país que pouco se destaque nesse esporte. Mas, o Egito estará na Copa da Rússia. E Salah, infelizmente, recebeu uma violenta agressão do espanhol Sergio Ramos na final da Liga dos Campeões e que poderá impedi-lo de fazer aquilo que prometia nos gramados russos.

Enquanto isso, escrevo sobre os brasileiros que procuram o território russo. Quem for acompanhar o Brasil vai ter que viajar um bocado. Os trens na Rússia e mesmo as estradas não são tão bons como os da Alemanha ou da França. Competem com o Brasil. Bem... eles tem combustível à vontade. A Rússia é simplesmente o maior país do mundo e as distâncias são imensas. Quem ficar com o Brasil em seu pouso russo em Sochi e na hipótese de conseguirmos o primeiro lugar em nossa chave diante da Costa Rica, Suíça e Sérvia cumprindo a etapa completa da Copa chegando à final, vai ter que viajar a Rostov-do Don, duas vezes para Moscou, duas vezes para São Petersburgo e uma para Samara Kazan. De bom é que a Rússia não cobrará passagem para quem tiver ingresso dos jogos que for assistir. Mas, serão viagens cansativas caso não se usem os voos que são muitos.   

Publicidade

Veja também