Peritos federais são afastados por supostas fraudes em agência do INSS

Investigação aponta que o prejuízo aos cofres públicos pode chegar a R$ 2,2 milhões

REGIÃO - ROBERTO KAWASAKI

Data 11/08/2020
Horário 12:13
Reprodução/Portal Siga Mais - Buscas ocorreram em Adamantina, Dracena e Tupi Paulista
Reprodução/Portal Siga Mais - Buscas ocorreram em Adamantina, Dracena e Tupi Paulista

Dois peritos federais que atuam na Agência da Previdência Social de Adamantina foram afastados das funções após entraram na linha de investigação da Polícia Federal e Coordenação Geral de Inteligência Previdenciária e Trabalhista do Ministério da Economia. Eles são alvos da Operação Expert, deflagrada nesta manhã. 

Conforme o órgão federal, a investigação analisa fraudes em auxílios por incapacidade temporária e aposentadorias por incapacidade permanente, supostamente praticadas por peritos federais – antigos peritos médicos previdenciários; e intermediadores que atuavam no município.

No total foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão em Adamantina, Dracena e Tupi Paulista.

Foram ainda expedidas três medidas restritivas de direitos para impedir a continuidade dos atos sob apuração, dentre elas, o afastamento dos peritos e a proibição do intermediador ao acesso a qualquer agência do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), bem como o de manter contato com os acusados.

Atestados a pessoas saudáveis

Os servidores são investigados por supostas fraudes que ocorram na Agência da Previdência Social de Adamantina, onde os dois peritos federais atuam. 

De acordo com a Polícia Federal, o intermediário “aliciava” os interessados, que passavam por consulta médica particular com um dos peritos federais. Este, fornecia atestados a pessoas saudáveis, declarando-as como incapazes.

Já o outro perito deferia os benefícios solicitados na esfera administrativa. No decorrer das investigações, apurou-se que também há casos de realização de exame pericial sem a presença física do segurado no INSS. 

Prejuízo milionário aos cofres 

Em 17 benefícios suspeitos, verificou-se prejuízo estimado de R$ 1,2 milhão aos cofres públicos. Porém, a economia alcançada referente a oito benefícios ainda ativos pode chegar a R$ 2,2 milhões.

Conforme a Polícia Federal, as somas podem ser “muito maiores”, uma vez que os investigados atuaram na concessão de mais de 1.100 benefícios suspeitos.

É possível que haja a participação de mais pessoas. Isso porque nos casos em que os benefícios eram cessados administrativamente, foram propostas ações judiciais com a utilização de documentação médica supostamente falsa.

Estima-se que mais de 400 ações foram propostas.
 

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