Dois peritos federais que atuam na Agência da Previdência Social de Adamantina foram afastados das funções após entraram na linha de investigação da Polícia Federal e Coordenação Geral de Inteligência Previdenciária e Trabalhista do Ministério da Economia. Eles são alvos da Operação Expert, deflagrada nesta manhã.
Conforme o órgão federal, a investigação analisa fraudes em auxílios por incapacidade temporária e aposentadorias por incapacidade permanente, supostamente praticadas por peritos federais – antigos peritos médicos previdenciários; e intermediadores que atuavam no município.
No total foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão em Adamantina, Dracena e Tupi Paulista.
Foram ainda expedidas três medidas restritivas de direitos para impedir a continuidade dos atos sob apuração, dentre elas, o afastamento dos peritos e a proibição do intermediador ao acesso a qualquer agência do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), bem como o de manter contato com os acusados.
Os servidores são investigados por supostas fraudes que ocorram na Agência da Previdência Social de Adamantina, onde os dois peritos federais atuam.
De acordo com a Polícia Federal, o intermediário “aliciava” os interessados, que passavam por consulta médica particular com um dos peritos federais. Este, fornecia atestados a pessoas saudáveis, declarando-as como incapazes.
Já o outro perito deferia os benefícios solicitados na esfera administrativa. No decorrer das investigações, apurou-se que também há casos de realização de exame pericial sem a presença física do segurado no INSS.
Em 17 benefícios suspeitos, verificou-se prejuízo estimado de R$ 1,2 milhão aos cofres públicos. Porém, a economia alcançada referente a oito benefícios ainda ativos pode chegar a R$ 2,2 milhões.
Conforme a Polícia Federal, as somas podem ser “muito maiores”, uma vez que os investigados atuaram na concessão de mais de 1.100 benefícios suspeitos.
É possível que haja a participação de mais pessoas. Isso porque nos casos em que os benefícios eram cessados administrativamente, foram propostas ações judiciais com a utilização de documentação médica supostamente falsa.
Estima-se que mais de 400 ações foram propostas.