Os sons das catracas liberando o acesso dos estudantes e das conversas antes das aulas ganharam uma nova melodia durante o começo da noite de terça-feira, por meio do lançamento do projeto “Acordes: Mostre o Seu Talento", no hall de entrada do bloco B3, no campus 2 da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista) de Presidente Prudente. Um piano digital foi instalado e está à disposição daqueles alunos que tenham conhecimento musical e queiram apresentar uma música nos intervalos e nos períodos entre aula.
A estreia do instrumento foi da aluna Júlia Borges, que está no último termo de Engenharia Civil. A história dela com a música começou aos 4 anos. Aos 6, já tocava em um grupo de louvor na igreja. Hoje, a música é parte importante de quem ela é. “Eu gosto muito do sentimento que a música traz para mim. Já tive vários instrumentos: teclado, violão, guitarra, ganhei um ukulele de presente... Já arrisquei até uma gaita”, comenta.
Enquanto Júlia se apresentava, muitos alunos voltaram suas atenções à música e ao piano. Alguns que entravam no prédio paravam um pouco, faziam um registro com o celular e acompanhavam parte da apresentação. Outros, que estavam no piso superior, conferiram a apresentação de “camarote”, e começaram a entender como funciona o Acordes.
“O projeto adota uma metodologia participativa e colaborativa, envolvendo alunos e professores na prática musical. O piano funcionará como um espaço de encontro onde os participantes poderão expressar sua criatividade musical. As atividades estão programadas para ocorrer durante os intervalos da manhã, na hora do almoço e à noite, oferecendo diversas oportunidades para a prática coletiva”, explica o professor, Josué Pantaleão, responsável pela organização do projeto.
Na plateia, estava a estudante do 7º termo de Psicologia, Camilly Cardoso. Ela é amiga da Julia e fez questão de acompanhar a apresentação de perto. “Eu gosto bastante de música. Venho para faculdade ouvindo no ônibus. Eu era bailarina e tenho um gosto bem eclético. Acho que o ambiente de estudo combina bastante com a música. Inclusive, conheço bastante gente que coloca alguns tipos de música até para se concentrar nos estudos. Também é bom para dar uma descontraída”, relata.
Enquanto as músicas apresentadas pela Júlia estavam chegando ao fim, alguns alunos demonstraram curiosidade em participar. Um deles foi Guilherme Ferreira Mateus, do 6º termo do curso de Engenharia Mecânica. Ele deu continuidade às apresentações com clássicos do chorinho.
“Desde que eu entrei na faculdade, imaginava se poderia ter um piano por aqui, pois faço curso no Conservatório Musical Profº Alzira Moysés Chaim, em Presidente Venceslau [cidade onde mora]”, conta o estudante, que aprendeu a tocar o primeiro instrumento aos 6 anos.
Depois, Júlia e Guilherme arriscaram até uma apresentação em dupla. Para eles, a música e o ensino caminham juntos.
“A gente desenvolve muito o nosso processo criativo, passa a enxergar as coisas de uma forma mais poética. Ajuda no aprendizado da faculdade e na nossa vida”, afirma Júlia.
“A música vai além, é algo do divino. A gente se expressa por meio dela, é algo que toca bastante gente”, diz Guilherme.
Para a diretora da Faclepp (Faculdade de Artes, Ciências, Letras e Educação de Presidente Prudente), Maria Helena Pereira, a ideia é permitir também um espaço de troca e aprendizado musical entre os alunos.
“A importância do projeto é divulgar a cultura, a música. Inclusive, temos o curso de Música EAD na Unoeste. Pelo Acordes, podemos trazer esse momento ao aluno, proporcionando a interação de todos por meio do encanto de ouvir e viajar pelas notas musicais”, explica.
Segundo o professor Josué, os planos são para expandir o projeto para outros espaços dos campi em Presidente Prudente, Jaú e Guarujá.
Fotos: Vinícius Pacheco
Piano digital está à disposição dos alunos que queiram tocar uma música nos intervalos ou nos períodos entre aula
Alunos acompanharam apresentações de “camarote”
Guilherme Ferreira Mateus, do 6º termo do curso de Engenharia Mecânica, viu o piano e quis participar
“O piano funcionará como um espaço de encontro”, diz o professor, Josué Pantaleão