Pior não fica!

OPINIÃO - Walter Roque Gonçalves

Data 17/04/2021
Horário 04:30

Antes da pandemia, os empreendedores já enfrentavam grandes desafios para manter os seus negócios em funcionamento. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontavam que apenas 30% das empresas conseguiam sobreviver aos primeiros dez anos. Com o início das restrições de circulação de pessoas em março de 2020, mesmo empresas com bom planejamento estratégico, com dezenas de anos no mercado e dinheiro em reservas, estão encerrando suas atividades. Afinal, haja dinheiro em caixa e capacidade de endividamento para suportar tantos meses de prejuízos.
A saída sugerida tem sido inovar e se reinventar, reavaliar o comportamento do consumidor e investir nos canais de entregas via delivery e vendas pela internet. Algumas empresas conseguiram se manter e até crescer em faturamento nestes canais, mas, outras não. Restaurantes com dezenas de funcionários, altos custos fixos e focados no nicho de churrascaria, por exemplo, estão sem fôlego ou já fecharam. Empresas que alugam carros preparados para atividades de taxistas estão no mesmo caminho e, assim por diante.

Haja dinheiro em caixa e capacidade de endividamento para suportar tantos meses de prejuízos

Espera-se que as empresas resistam ao máximo. E, se fecharem, que seja por um tempo para voltar quando tudo isto passar. Infelizmente, muitas não sobreviverão. Diante disso, importante levantar os olhos para empresas que vêm entregando lições para enfrentar a crise: Luciano Hang, dono da Havan, em uma rede social diz “ter empresa pequena não é pensar pequeno [...] é manter o comprometimento, vontade de encantar as pessoas, nunca perder a humildade, manter o entusiasmo e o brilho nos olhos”, é com este espírito que Hang enfrenta a atual crise.
A empresa de eletrodomésticos Whirlpool, segundo site exame.com, conseguiu aumentar a margem de lucro para compensar parte das perdas com vendas. Aumentar lucro não significa necessariamente aumentar preço ao consumidor. Pode ser feito com reestruturação de processos e redução de custos, desde que observada a cadeia de valor gerada ao consumidor e sem prejuízos para esta. A visão é de que não há mal que dure para sempre e nem tempestades seguidas de bonança. Ou ainda, como diz o maior “especialista em crises”, o deputado federal Tiririca, “Pior não fica!”. Será?


 

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