De uma simples matéria trabalhada em sala de aula com alunos do quinto ano, nasce uma obra literária: a coletânea “Escrevendo Sonhos”. Foi assim que estudantes da Escola Estadual Carmen Pereira Delfim, de Presidente Prudente, reuniram poemas e cartas opinativas ao leitor, e lançaram o livro na última terça-feira, durante o Salão do Livro, maior evento literário da região do oeste paulista, que segue repleto de programações culturais até o dia 8 de outubro.
“Foi uma satisfação imensa poder realizar este projeto, tanto pelo envolvimento de todos os alunos da sala, quanto pelo esforço pessoal desempenhado por cada um deles. Foi uma ação bastante trabalhosa, que exigiu muita responsabilidade dos estudantes, mas que resultou em um trabalho belo, organizado e enriquecedor para eles”, ressaltou o professor e idealizador do projeto, Antonio Marcos Alves Sailli.
Ao todo, 21 alunos escreveram dez poemas e 11 cartas opinativas ao leitor, que renderam a coletânea de 12 páginas escritas exclusivamente pelos estudantes. Conforme o professor, a ideia surgiu através da empolgação da classe quando começaram a criar poemas autorais, tema da matéria que estava sendo dada em sala de aula no momento. Da euforia, Antonio Marcos tentou explorar a criatividade da garotada e contribuição foi com a correção, e orientação em caso de dúvidas.
“Eu escolhi os poemas e as cartas opinativas, porque foi a forma deles trabalharem com duas das maiores capacidades humanas: a razão e a emoção. A primeira, usa racionalmente as cartas para que eles dissertem sobre o que pensam. Já a segunda, utiliza os poemas para que eles expressem, por meio das palavras, tudo o que sentem”, explica o professor.
E acrescenta: “É importante que desenvolvamos ações como esta, para fomentar não só um dos maiores eventos literários da região, que é o Salão do Livro, mas também para que sirva de incentivo a outras instituições realizarem projetos que tenham como foco a escrita e a educação. Foi lindo vê-los assinar seus nomes em seu próprio livro”, salienta.
A ação teve início há quatro meses e toda a organização das páginas foi guiada pelos estudantes. Apesar do lançamento no evento, a coletânea não está à venda, pois, devido ao custo, a tiragem foi limitada aos alunos e seus familiares.