Polícia Federal cumpre mandados contra pesca ilegal

REGIÃO - Rogério Lopes

Data 26/11/2015
Horário 07:20
 

A Polícia Federal de Presidente Prudente cumpriu 44 ordens judiciais contra integrantes de uma suposta associação criminosa que atuava nas imediações da Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta, no Rio Paraná, em Rosana. A ação faz parte da Operação Prea, que visa combater ações criminosas de pesca predatória. Ao todo, foram cumpridos 18 mandados de condução coercitiva (pessoas que foram pegas no local em situação suspeita e devem prestar depoimento ao órgão de segurança), 25 mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão provisória.

Jornal O Imparcial Em operação, Polícia Federal apreendeu 1,5 mil kg de peixes

Até o fim da tarde de ontem uma pessoa havia sido presa de maneira temporária e outras três foram detidas em flagrante por posse ilegal de armas e munições. Eles foram encaminhados para a cadeia pública de Presidente Venceslau. Também foram apreendidos 22 barcos, alem de vários apetrechos de pesca, redes e motores, pelos 120 policiais federais que dão cumprimento aos mandados.

Iniciada em abril deste ano, a Operação Prea, que leva este nome em referência ao Projeto Prea (Preservação, Repressão e Educação Ambiental), promovido no lago da hidrelétrica desde 2013, foi realizada para apurar a prática da pesca ilegal realizada por pescadores de Rosana e Três Lagoas (MS), nas áreas que compõem a barragem da usina, trecho que a atividade é proibida pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

De acordo com informações transmitidas ontem pelo delegado de Polícia Federal, João Paulo Garcia Catto, o procedimento foi instituído a partir de denúncias de moradores das redondezas da usina e de outras pessoas que passavam pelo local e viam pescadores atuando no trecho proibido. A partir disso, o órgão começou a atuar e investigar a atividade, a associação formada pelos pescadores e demais ações realizadas pelos membros do suposto grupo criminoso. "É um trabalho de meses que ocasionou nas apreensões e mandados", cita.

A autoridade esclarece que, durante a pesca predatória, os integrantes da associação utilizavam capuzes e tampavam os nomes dos barcos, para que não fossem identificados. Além disso, o delegado conta que funcionários de empresas instaladas nas imediações da hidrelétrica serviam como "olheiros" para os pescadores, avisando quando a Polícia Federal chegava ao lago.

João Paulo esclarece ainda que a operação continua e, que, possivelmente, ainda existam mais indivíduos envolvidos na pesca irregular. Relata também que todo material e equipamentos apreendidos serão apreciados, assim como os documentos recolhidos serão analisados. Depois deste processo, unindo as declarações feitas pelos integrantes da associação, um inquérito será elaborado e enviado para a Justiça, para dar sequência aos trâmites legais.

 

Pesca predatória

O delegado afirma ainda que o único interesse destes pescadores é o "lucro", sem se preocuparem com as questões ambientais e com os danos que causaram. Segundo ele, a apuração apontou que, em média, eram capturados mil kg de peixes, na sua maioria, espécies nativas da região, como, por exemplo, dourado e curimba. Entre os pescados, João Paulo lembra que muitos eram peixes em período de desova (reprodução). Sobre a distribuição do pescado, o delegado informa que ocorria pela região e para outros Estados.

Durante a fiscalização, a autoridade diz que foram apreendidos cerca de 1,5 mil kg de peixes pegos pelos pescadores de forma ilícita, equipamentos, barcos e materiais de pesca (arpões, trajes de mergulho, máscaras, entre outros). Além disso, foi apreendido em torno de 10,5 metros de redes de emalhar. Há ainda um caminhão utilizado para o transporte dos pescados que constava entre os mandados de apreensão. Todo material foi encaminhado para a Delegacia da Polícia Federal em Prudente e os peixes doados, conforme o delegado, a entidades assistenciais.
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