Polícia prende suspeitos de movimentar R$ 300 mil com golpes

Delegado e investigadora informam que dois casos de estelionato ocorreram em Presidente Prudente e outros dois em Dracena

PRUDENTE - MARCO VINICIUS ROPELLI

Data 08/08/2019
Horário 15:54
 Paulo Miguel - Delegado e investigadora investigam os criminosos desde o inicio do ano
Paulo Miguel - Delegado e investigadora investigam os criminosos desde o inicio do ano

O delegado de Polícia Civil, Marcelo Quevedo Minari, e a investigadora, Bárbara Camapum, concederam na manhã de hoje entrevista coletiva na CPJ (Central de Polícia Judiciária) sobre o cumprimento do mandado de prisão de dois homens, ambos de 37 anos, suspeitos de serem autores de golpes do bilhete premiado em cidades do interior paulista, entre elas, Presidente Prudente e Dracena. Os bandidos, que já possuem passagens por tráfico, homicídio, furto, roubo e agora estelionato, foram presos em Passo Fundo (RS) e, de acordo com a polícia, movimentaram cerca de R$ 300 mil com os golpes, cujas vítimas eram sempre idosos.

O delegado afirma que desde o começo deste ano, a grande quantidade de golpes do bilhete premiado chamou a atenção. Foram dois casos em Prudente e outros dois em Dracena. A Polícia Civil iniciou a investigação depois de um caso em fevereiro, no qual, uma senhora de 63 anos repassou aos criminosos R$ 73 mil. “No decorrer da investigação, descobrimos que os autores não eram do Estado de São Paulo, eram do Estado do Rio Grande do Sul, o que dificultou um pouco nossa investigação em razão da distância, daqui [Prudente] à Passo Fundo, que é a cidade deles, é quase mil quilômetros”, pontua Quevedo, que informa que ambos negam a participação nos golpes.

Marcelo enfatiza a colaboração da Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas) de Passo Fundo, que culminou na prisão temporária dos suspeitos, na terça-feira. A investigadora Bárbara Camapum deixa claro que não podem comentar de que modo chegaram aos criminosos, para não ajudarem em próximas tentativas de crimes semelhantes. “Durante os transportes, eles foram perguntando como chegamos neles” destaca Camapum.

Os golpes

A investigadora informa que quatro homens participavam dos golpes, dois apareciam e outros dois ficavam auxiliando a aplicação. Somente metade dos criminosos foi encontrada em Passo Fundo, o restante já foi identificado e continua sendo procurado.

Segundo o delegado, o bandido chegava à vítima se passando por um homem de pouco conhecimento que precisava ser auxiliado no recebimento de um bilhete premiado, e oferecia uma recompensa pela ajuda. Posteriormente, um terceiro entrava na conversa e confirmava que o bilhete era realmente premiado, persuadindo, ainda mais, a idosa ou idoso. “Neste caso, por exemplo, eles usaram de um artificio que até então a gente não tinha detectado. A vítima ou o bandido se passando por um parente, liga numa casa de câmbio, encomenda o dólar, faz a transferência do dinheiro para a conta corrente da casa de câmbio, aí vai buscar o dólar, lá. Porque você não consegue sacar uma importância dessas em “cash” no banco. Em um dia R$ 73 mil, como no caso da senhora em fevereiro, causaria desconfiança” completa o delegado da CPJ. Eles informam que os estelionatários tem predileção por idosos devido as dificuldade que possuem em lidar com informática, com empréstimo bancário.

De acordo com Quevedo, o dinheiro movimentado pelos golpes ainda não foram recuperados. Foi solicitado o bloqueio da conta corrente de todos os criminosos identificados, a Polícia Civil está aguardando a providência judicial. Durante o cumprimento do mandado de prisão foi apreendido apenas um celular que ainda será analisado.

Outros casos

A polícia, ainda, investiga possível envolvimento dos mesmos estelionatários em golpes aplicados em Assis (SP), Araçatuba (SP), Araraquara (SP), Mirassol (SP), e São Carlos (SP). “A gente imagina que no Estado de São Paulo, mais de 10 golpes eles aplicaram” destaca o delegado Quevedo.Doutor Marcelo afirma que os dois homens ficarão em prisão temporária na cadeia de Presidente Venceslau até que o juiz entenda ou não pela decretação da prisão preventiva. “Nós vamos coloca-los na cena do crime com provas técnicas, mas a principio eles negam, não se entregam fácil, não”, completa.

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